Mãe relata rotina com filhas em casa, durante período em que aulas presenciais estavam suspensas

A educadora infantil e orientadora educacional Paula Santos Dinarte é umas das mães que assumiu o papel de professora também dentro de casa. Ela conta que com a suspensão das aulas, as filhas Manuela, de cinco anos, e Luiza, de onze meses, demandavam mais atenção e tempo. À noite era quando conseguia planejar a parte pedagógica e corrigir trabalhos.

Paula relata que a primogênita realizava as atividades da escola com alegria. “Encanto ela com o mundo da literatura, histórias, digo que é muito legal fazer as atividades e que as professoras ficam muito felizes em receber as tarefas, mesmo remotamente”, comenta.

Manuela e a irmã Luiza se divertem juntas. Foto: Arquivo pessoal

Segundo ela, as dificuldades que enfrentam é dispor tempo para efetuar os exercícios diariamente. “Muitas vezes, realizamos várias durante o sábado por exemplo, pois em dia de semana a rotina é muito corrida e a mana é um ‘grude’. Luiza também tem os temas da escolinha, registramos com fotos. É um grande estímulo para ela também, as atividades são diversificadas. Tem dias que da Luiza fazer e, outros da Manu. Claro que o marido ajuda também”, destaca a educadora.

Com relação à mudança de comportamento da filha, Paula ressalta que Manuela se queixava de não poder brincar e socializar com os colegas. “Chorava muito, se sentindo sozinha por não ter com quem brincar e ficou um pouco irritada também. Lembrava da história ‘O Monstro das Cores’, que a profe Sidionara contava, e nomeava seus sentimentos para se expressar”, reitera.

A psicopedagoga Cristiane Ramos enaltece que várias hipóteses explicam as mudanças de comportamento, como alterações da rotina, a falta da escola e da convivência com os colegas e a necessidade de isolamento social imposta pela pandemia. “Ouvindo relatos de vários pais, muitos casos se repetem, tais como: dificuldades de aprendizagem, déficit de atenção, dependência excessiva dos pais, desconforto, falta ou excesso de apetite. Essas mudanças, na maioria das vezes, precisam contar com o auxílio de profissionais que possam apresentar as famílias e os educandos alternativas para superar tais conflitos”, realça.

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Para Paula, a adaptação das filhas no retorno à rotina está sendo muito boa. “Manu vai para a escola contente, relata seu cotidiano, fala sobre a profe e as brincadeiras, e o que aprendeu. Também estou realizada em poder trabalhar presencialmente, sentir o carinho e afeto dos educandos diariamente e a alegria das famílias em deixar os filhos na escola. Gratidão é a palavra que define tudo. Agradecemos a Deus todos os dias”, expõe.

Como as dificuldades podem ser identificadas e corrigidas?

A psicopedagoga aponta algumas dicas:

• Observar de que forma está acontecendo participação e se existe algum desinteresse nas aulas
• Encontrar novas formas para abordar determinados conteúdos
• Aplicar avaliações gerais e específicas para criar um diagnóstico do aprendizado de cada turma
• Atividades virtuais, livros digitais e interação entre os alunos são fontes abundantes para driblar as dificuldades em determinadas matérias, visto que estas proporcionam atratividade, ao mesmo tempo em que oferecem ferramentas para que os professores monitorem a participação e evolução de cada estudante
• Em casos específicos, é importante em busca de profissionais que possam auxiliar no processo de ensino aprendizagem