Na Itália – um país pequeno, um pouco maior que o Rio Grande do Sul – tudo ficava perto e a locomoção era fácil; mas no grande Brasil, em fins do século passado, tudo era extenso, e deslocar-se era muito penoso, porque não havia estradas nem meios de transporte. O primeiro veículo foi o carro ” numero 11″, ou seja, as duas pernas.

O imigrante carregava nas costas 15 kg de milho ou trigo até o moinho. Entre ida e volta, sempre carregado, percorria mais de 100 km; a penosa viagem durava alguns dias. Quanto custava naqueles anos degustar um pedaço de pão ou uma gostosa polenta?… muitos outros passaram pelos mesmos sofrimentos. Também as colheitas ajuntadas nas roças eram levadas nos ombros para dentro dos paióis.

Mas aos poucos os imigrantes trataram de comprar ou criar cavalos e burros, as estradas foram melhorando e, então tudo começou a ser transportado no lombo dos animais. Para viajar, os homens se enforquilhavam nas “selas” e as mulheres assentavam-se comodamente nos “selins”.

O comércio passou a ser realizado no dorso dos muares com cangalhas e bruacas. A primeira geração fazia suas mudanças também por esse meio; só para transportar pessoas, principalmente crianças utilizavam-se de jacás (cestos). As crianças iam felizes, acomodadas, duas ou três, dentro dos cestos. Os que podiam caminhar faziam o percurso a pé ou a cavalo.

Naqueles tempos quem possuía um burro ou um cavalo era comparado com aquele que hoje é proprietário de um carro de último modelo Diesel. Com o passar dos anos, as estradas foram alargadas e melhoradas, então começaram a transitar as carretilhas e as carroças, puxadas por mulas; a grande carroceria, feita de tábuas, era coberta por uma lona em forma de telhado com duas abas.

Quantos produtos coloniais e quanto comércio transportaram essas carroças! Mas também quantas blasfêmias saltaram das bocas dos condutores.

O progresso avançou, apareceu o trem que encurtou as longas distâncias e facilitou o transporte de gêneros e mudanças. Seguindo surgiu o automóvel, o caminhão, o ônibus e o avião. As estradas são revestidas de asfalto que interliga bairros e cidades. Os meios de comunicação transportam para dentro de casa tudo o que acontece no mundo, e o telefone celular encurta todas as distâncias…

As pessoas do nosso tempo nem conseguem imaginar como foi duríssima e difícil a vida dos imigrantes e de seus primeiros descendentes.

“A humanidade realizou mais progresso nestes últimos 100 anos do que em toda a sua milenar História”.