Um homem apaixonado por Mozart, que tira suas inspirações do influente compositor austríaco do período clássico. Um professor de biologia e química, que decidiu encerrar a carreira acadêmica para dedicar-se a formar “seres humanos melhores”, como ele mesmo gosta de salientar. Um senhor que viajou o mundo regendo coros e atualmente trabalha ensinando os jovens a sentir, dentro da alma, uma música de verdade. Celso Fortes é regente, é músico e é apaixonado pela profissão que não escolheu, mas que diz ter sido escolhido por ela.

Depois de anos trabalhando em Novo Hamurgo, Fortes resolveu morar na Serra Gaúcha. É aqui que ele ensina os pequenos a gostarem da música e a se envolverem com algo tão importante para a cultura mundial. “Meus alunos têm de seis a 14 anos, alguns eu precisei colocar na linha e muitas vezes até pensei que não conseguiria trabalhar com elas”, comenta. Fortes comenta que motivo da dificuldade de trabalhar com algumas crianças, é a possível diferença de educação que a geração dele teve com a de agora. “As crianças mascam chiclete nas aulas, não pedem com licença para irem ao banheiro, não param quietas e sabemos que isso é uma questão de respeito com os mais velhos e, principalmente com o profesor”, afirma Fortes.

Entretanto é com a música e com a bagagem cultural que o regente tem que ele consegue disciplinar os meninos e meninas que com ele fazem aulas. “O canto, a melodia, as partituras, a música de uma forma geral transforma os seres humanos. Eles precisam saber trabalhar em grupo, conversar, compartilhar os momentos e socializar para que na hora da apresentação tudo saia conforme o planejado e o combinado. Além do que, a postura nesses momentos é fundamental e é preciso se portar corretamente”, acrescenta o regente.

Satisfeito com a profissão que escolheu, hoje o músico prepara um espetáculo com sete coros de Bento e região. Ele garante que é emocionante ver que todo esforço deu resultado. “O dia 9 de agosto será fundamental para meus alunos, é ótimo que eles tenham a oportunidade de se apresentar e ver outros grupos de coros reunidos e todos cantando em uma só voz, em um só tom o que é a música”, emociona-se.

Depois de ter ido à Europa e voltado, ter visto muitos de seus alunos crescer e seguir carreira, ter visto seu filho fazer parte do coro do Papa, ele só tem mais um sonho: “Gostaria que o trabalho de música continuasse com essas crianças, aí teremos um mundo melhor”, finaliza.

Leia mais na edição impressa do Jornal Semanário deste sábado, 30 de julho de 2016.