Mais sedentárias e comendo pior, as crianças estão engordando e o que é mais preocupante, estão adoecendo. Sintomas como pressão sanguínea alta, manifestação de diabetes tipo 2 precocemente e níveis elevados de colesterol no sangue são alguns dos diagnósticos que crescem junto com o sobrepeso. Há também efeitos psicológicos, como a baixa autoestima, imagem corporal negativa e depressão. Se para um adulto já é difícil lidar com a questão do sobrepeso, imagine uma criança.

A situação é desagradável, e fica ainda mais complicada quando o ministro da Saúde, Ricardo Barros, assinou uma portaria com diretrizes para a promoção da alimentação saudável nas unidades da pasta em todo o País. O motivo dessa ação foi um estudo realizado pelo ministério onde os refrigerantes aparecem entre os seis “alimentos” mais consumidos por adolescentes e que as frutas sequer aparecem na lista.

A nutricionista Renata Gabbardo salienta que os dados mostrados no estudo feito pelo Ministério da Saúde faz parte da realidade atual das crianças e jovens no Brasil e garante que a promoção da alimentação saudável nas escolas é fundamental, porém, é preciso que seja estendida até os lares, onde ocorre a formação dos hábitos alimentares. “A queixa dos pais é mais frequente a partir dos 2 anos. Os pequenos ficam mais seletivos e passam a excluir determinados alimentos, como, por exemplo, frutas, legumes e verduras; separam qualquer novidade no cantinho do prato, cospem e evitam refeições. Mas é preciso insistir, de formas diferentes e atraentes”, completa Renata.

A nutricionista enfatiza que o comportamento seletivo também pode ser decorrente da perspicácia infantil. “Ao perceber que os pais dão muito valor ao que ela come (e ao que ela não come), a criança passa a usar a recusa como estratégia de barganha. Os pais precisam controlar a ansiedade em relação à alimentação e, não oferecer outros alimentos como biscoitos recheados, balas, salgadinhos… por medo que a criança fique com fome”, observa.

Já para os adolescentes, Renata assegura que é um grande desafio fazer com que comam bem hoje em dia. “Nessa etapa, as características de comportamentos peculiares, aliadas ao apelo da mídia e à influência do grupo, favorecem dietas não balanceadas e hipercalóricas devido à ingestão contínua de alimentos ultraprocessados como fast food e os lanches rápidos (com alto valor calórico) ricos em açúcar, sódio, carboidratos refinados e gordura saturada”, completa.

A nutricionista enfatiza ainda que o consumo exagerado desses alimentos e de refrigerante podem causar danos à saúde das crianças e jovens como anemia pela deficiência de ferro, prejuízo na formação dos ossos e dentes pela deficiência de cálcio, cansaço, atraso no crescimento e no desenvolvimento sexual pela falta de zinco, bem como, doenças do instestino, a diebetes, hipertensão, hipercolesterolemia e a obesidade.

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