Seja para garantir horas extras de estudo durante a madrugada ou para curtir com disposição uma festa badalada, as bebidas energéticas estão conquistando a população, sobretudo das faixas etárias mais jovens. Grande parte dos usuários, no entanto, não faz a menor ideia do que está ingerindo e dos riscos que o produto pode trazer. Popularmente conhecidas como energéticas, as bebidas que excitam o sistema nervoso são, na verdade, estimulantes.

Vício

As bebidas estimulantes conseguem mascarar a fadiga do indivíduo, o que nem sempre é um fator conveniente. A pessoa que consome este tipo de produto pode não detectar a tempo uma possível lesão muscular ou articular por overdose de treino. A bebida também pode viciar. Os usuários frequentes podem ter o desempenho reduzido quando não consumirem antes a cafeína. Se a pessoa não abre mão de usar a bebida estimulante, o melhor é escolher uma competição prolongada e importante para ingeri-la – no início e nos intervalos, evitando que seu consumo se torne um hábito em todas as competições e ocasiões.

Isotônicas

Outro tipo de bebida que também conquistou o mercado são as isotônicas. As isotônicas provocam a hidratação, possibilitando também a reposição de carboidratos em concentrações consideradas pequenas – de 6% a 8% – e de eletrólitos, que são substâncias que se perdem no suor. A bebida isotônica deve ser consumida com regularidade a partir de uma hora após o início da atividade física. Antes deste período, o ideal é priorizar a ingestão de água. As bebidas isotônicas também são usadas em festas para a reposição de pequenas quantidades de glicose e eletrólitos.

A verdadeira bebida energética, rica em carboidratos, não deve ser consumida por pessoas diabéticas. Para os demais indivíduos, que querem recuperar a energia rapidamente após a atividade física, o consumo não traz problema. No entanto, o usuário deve ficar atento à quantidade de calorias ingeridas, que precisa estar de acordo com a dieta diária recomendada. Já as bebidas estimulantes são contraindicadas para pacientes com hipertensão e cardiopatias, pessoas nervosas ou com problemas psiquiátricos, além de diabéticos e indivíduos com insônia.

Desidratação

Um dos riscos de consumir a bebida estimulante e o álcool é a desidratação. Tanto o álcool quanto a cafeína são produtos potencialmente diuréticos. Por isso, a orientação é para que o usuário alterne a ingestão do estimulante com grandes quantidades de água.
A cafeína não é a única fonte de preocupações dos especialistas da área de saúde. Algumas bebidas também contêm a droga efedrina, que é um estimulante, normalmente encontrado em descongestionantes nasais. Segundo alguns médicos, a cafeína misturada com a efedrina pode causar sérios problemas cardíacos. O aminoácido natural taurina é outro componente de algumas bebidas deste tipo. Em alguns alimentos, este aminoácido é encontrado em pequenas quantidades. Nas bebidas estimulantes, no entanto, sua concentração é semelhante à encontrada em 500 taças de vinho. Em grandes quantidades, acredita-se que o taurina potencialize o efeito dos demais estimulantes presentes na bebida. Seus efeitos em longo prazo ainda não foram estudados.

Inofensivos?

Apesar da preocupação dos especialistas, os fabricantes das bebidas estimulantes afirmam que estes produtos são inofensivos. A única orientação das indústrias é que os usuários se mantenham hidratados, já que a cafeína e o álcool são diuréticos, ou seja, provocam a perda de líquidos no corpo. Em todo o mundo, há três casos de morte – possivelmente ligados a este tipo de bebida – sendo investigados. Um deles, de uma jovem, por desidratação, que consumiu a bebida estimulante e álcool.

Fonte: prevencao.cardial.br