A inflação oficial desacelerou pelo segundo mês consecutivo e atingiu o menor patamar de setembro, se comparado aos últimos 18 anos, mas permanece com uma alta acumulada de 8,48% em 12 meses. O Índice de Preços do Consumidor Amplo (IPCA) ficou em 0,08% em setembro, frente 0,44% em agosto, atingindo o menor patamar em setembro desde 1998.
O alívio nos preços foi puxado principalmente pelos alimentos. O leite apresentou uma deflação de 0,29%, com uma redução de 7,89% em relação aos mês anterior. O preço da batata inglesa caiu 19,24% nas capitais e também contribuiu para a redução do IPCA. Em contrapartida, as carnes tiveram uma alta de 1,43%, respondendo a 0,04 ponto percentual do índice de setembro. Além disso, a taxa de câmbio e os produtos de residência também contribuíram para puxar o IPCA para baixo, exceto pelo botijão de gás, que apresentou uma alta de 3,92%.
As perspectivas coletadas pelo Banco Central neste mês apontam para uma redução da inflação em 2016 e 2017, com índices fixados, respectivamente, em 7,05% e 5,04%. Desta forma, em 2017, o índice deve ficar abaixo do teto de 6%, mas mesmo assim permanece longe da meta projetada de 4,5%.
De acordo com dados apresentados pelo Relatório de Mercado Focus na última segunda-feira, 17, a redução do PIB deve ser de 3,19% em 2016, com perspectiva de melhora para 2017, apresentando uma projeção de crescimento de 1,30%, mesmo valor projetado há um mês. No ano, o PIB já acumula retração de 4,9%, segundo dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
Como se proteger da crise?
Devido ao índice acumulado elevado da inflação nos últimos 12 meses, é necessário tomar alguns cuidados para não fechar o mês no vermelho. Por isso, o Semanário conversou com o economista Jaci Tasca sobre dicas para economizar, controlar custos e se proteger da variação de preços dos produtos básicos do dia a dia.
De acordo com Tasca, é necessário anotar todas as dívidas, inclusive as pequenas, para não correr o risco de esquecer as contas ou não perceber quando um débito pequeno se torna grande. Para isso, o economista recomenda acessar o site dos bancos e baixar planilhas disponibilizadas gratuitamente, que contém toda a estrutura necessária para organizar as finanças pessoais. “É uma ferramenta que ajuda a controlar os custos”, observa.
O economista também alerta para os perigos do cartão de crédito para quem não controla os custos. Quando as compras são feitas em muitas parcelas, as dívidas acabam por se acumular e podem causar estresse para o consumidor. “Crédito fácil faz com que a gente gaste mais e isso é bom para o comércio. O problema é quando entra a fatura do mês anterior”, avalia.
Em setembro, o juro do cartão de crédito atingiu o índice de 463% ao ano, segundo levantamento da Associação Nacional de Executivos de Finanças (Anefac), sendo a maior alta desde 1995. Em contrapartida, os bancos têm um juro médio de 24% ao ano. No caso dos inadimplentes, Tasca indica que façam empréstimos com bancos para pagar as dívidas do cartão de crédito, uma vez que o juro é mais baixo. Além disso, o economista recomenda que, em caso de endividamento, opte-se pelo uso do dinheiro em espécie, que dá a possibilidade de maior controle sobre as finanças. “Assim a pessoa sabe que só pode gastar aquilo”, indica.
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