O Sindicato do Ensino Privado do Rio Grande do Sul (Sinepe/RS) apresentou na segunda-feira, 17, dados do ensino privado no Estado. Nos meses de agosto e setembro a entidade ouviu 85 escolas e 13 instituições de ensino superior sobre temas como inadimplência, filantropia, inclusão e segurança. No quesito inadimplência, segundo a pesquisa, tanto na educação básica quanto no ensino superior a inadimplência aumentou com relação ao ano passado. Em julho de 2015, as escolas de Educação Básica registravam uma média de 8,97% de inadimplência e um ano depois, em julho de 2016, esse número subiu para 11,44%, o que significa um aumento 27,5%.

Das instituições que responderam à pesquisa, 77% registraram alta na inadimplência. No ensino superior, foi apontado 10,6% de devedores em 2015 e 13,40% em 2016, um aumento de 26,4%, que afetou 85% das instituições que responderam à pesquisa.

O economista Imerio Corbelini garante que há três pontos cruciais que podem ter acarretado o aumento na inadimplência em 2016. “O primeiro é a que muitos pais tem perdido o emprego devido a dificuldade econômica e financeira que o país estava assolado, a segunda é que quem voltou para o mercado de trabalho, depois de um tempo parado, pode ter retornado por um salário mais baixo devido também a época que estamos vivendo e o terceiro é o aumento no custo de vida, que faz com muitos responsáveis, que tem mais de um filho, não consigam sustentar a casa e suas necessidades básicas e acabam devendo muito dinheiro nas escolas”, comenta Corbelini.

Outro dado que também mostra a dificuldade de pagamento, é o aumento do número de famílias que procuram a instituição para negociar as mensalidades. Em 62,7% das escolas houve aumento na procura das famílias para negociação da dívida. Na educação superior 92,3% das IES registraram esse aumento. O economista Corbelini diz que há muitas famílias buscando dinheiro em bancos para financiar as contas, mas ele alerta para o risco de endividamento. “É preciso ter muito cuidado pois, muitas vezes, o problema vira uma bola de neve e depois é mais difícil de concertar. É um momento difícil o que estamos vivendo na economia, por mais que esteja dando uma leve melhorada é preciso ter cautela na hora de separar o dinheiro para pagar as contas no final do mês”, salienta.

O presidente do Sinepe, Bruno Eizerik, também atribui a alta nos números da inadimplência à crise pela qual passa o país. Ele disse que o Sinicato já estava prevendo esse aumento, pois o setor da educação privada não está em uma bolha, por conta disso todos foram afetados pela crise que assola o país.

Leia mais na edição impressa do Jornal Semanário desta quarta-feira, 19 de outubro de 2016.