Um local que por muitas vezes passa despercebido pelas pessoas que trafegam pela via, mas que guarda detalhes e segredos quase centenários. Uma placa no alto, próximo ao sino da pequena capela, data o ano de 1918, indica quando o prédio foi erguido na rua Beniamino Giorgi. A igreja de São Francisco de Assis, no bairro São Francisco, guarda memórias de um povo que, com fé, disseminou a religião pela localidade. Atualmente, missas são realizadas todas as primeiras quartas-feiras do mês, às 19h.
Uma arquitetura antiga, com detalhes encantadores. Muito não se sabe sobre a história da edificação localizada em uma esquina e que se mescla às construções ao redor. Os primeiros detalhes começaram a surgir por volta do ano de 1918, no chamado Loti, onde uma capela era erguida em um terreno. Com a conclusão da obra, cinco imagens esculpidas em madeira foram escolhidas para serem instaladas em seu interior: Santo Egídio, São João Evangelista, Santa Lúcia, Nossa Senhora do Caravaggio e o padroeiro do bairro.
As figuras lá expostas guardam alguns segredos compartilhados por Maria Ignez Signor, participante do grupo de coordenação da capelinha. Com a restauração do local, há cerca de dez anos, alguns detalhes surgiram com o restauro das imagens. “Durante a reconstrução das figuras, foi encontrado um documento dentro de uma delas. Datada do ano de 1926, acreditamos que a imagem é daquele ano”, frisa. Além disso, muitas outras figuras foram doadas para capelas menores, no interior, quando a reconstrução foi realizada. “Muitas imagens de santos eram deixadas na porta da capela, e a Jovila, que cuidava do local naquela época e por muito tempo se dedicou a manter a área organizada, as colocava com as demais imagens que tínhamos. Com a reconstrução, fizemos a doação de algumas destas para as igrejas menores, do interior, e deixamos as principais, restauradas e mais antigas”, frisa.
Cinco anos após a inauguração, foi registrado o primeiro batizado, em 1923. Outra curiosidade da pequena capela é que, no início, também funcionava um centro de ensino, no qual uma professora lecionava para as crianças dos arredores. “Naquela época não havia escola no bairro, então utilizavam a capela para ensinar os habitantes daqui. Não sei por quanto tempo o local teve estas duas funções, mas uma fotografia registrou os alunos no lado externo , no ano de 1924. A igreja ainda não era rebocada”, comenta Maria.
No alto da capelinha, há uma torre que sustenta o sino, responsável por sinalizar e chamar os fiéis às missas. “Ele é do ano de 1928 e foi doado pelos irmãos Gnoatto”, lembra. Além disso, muitos casamentos também são realizados na pequena construção. “Quando são poucos convidados, os casamentos são realizados na capela. Teve um matrimônio com mais pessoas e foi instalado um telão na parte externa para que os convidados pudessem assistir a celebração. Agora, no próximo mês, dia 9 de julho, será celebrada Bodas de Prata aqui”, relata.
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