Quando o assunto é beleza, os cabelos são uma das prioridades femininas. Não importa se é liso, encaracolado, curto ou longo, o importante é que eles estejam bem cuidados e saudáveis. Mas, e quando os fios começam a cair, será que existe solução? A identificação da causa da queda de cabelo é essencial para um tratamento eficaz.

Muitas vezes só associada ao sexo masculino, a queda de cabelo é um problema que afeta tanto homens como mulheres, embora de forma diferente. Normalmente o cabelo feminino tem um ciclo de crescimento, estabilização, descanso e queda, que ocorre a cada dois anos. Se quando os fios caem, logo dão lugar a outros, tudo bem. Se não, chegou hora de procurar o tricologista, o médico especializado no diagnóstico e cura de doenças do cabelo e do couro cabeludo.

Mulheres dos 12 aos 60 anos estão mais sujeitas à queda, sendo mais comum entre as de 25 e 45 anos. Entre as causas mais comuns estão as alterações hormonais, estresse, depressão, ovários policísticos, doenças autoimunes, deficiências nutricionais, medicamentos, drogas ilícitas, álcool, alterações psiquiátricas, quimioterapia e até anorexia.

Para identificar o problema é feito uma microscopia eletrônica do bulbo capilar, que nada mais é do que um scaneamento do couro cabeludo, aumentando em oito mil vezes os fios. Com isso tem-se um diagnóstico preciso, verificando o estágio da queda e a indicação de um tratamento personalizado.

É importante lembrar que, quando a queda dos fios é associada a outros problemas, o tratamento capilar deve ter assistência de profissionais de outras áreas, como por exemplo, o endocrinologista, que avalia as condições da tireóide, o ginecologista, que verifica possíveis problemas hormonais, nutricionista, que avalia a segurança alimentar e até mesmo psiquiatra e psicólogo.

Queda de cabelo causada por agressão física

A queda de cabelo causada por traumatismo, queimaduras químicas ou físicas ou exposição a agentes radioativos usados com finalidade terapêutica. Podem ainda ser devidas a doenças que evoluem para atrofias ou cicatrizes, tais como piodermites, paracoccidioidomicose, leishmaniose, tuberculose, sarcoidose, herpes zoster, linfomas, tumores, líquen plano, esclerodermia, lúpus eritematoso fixo, pseudopelada de Brocq e foliculite descalvante.

O tratamento deste tipo de queda de cabelo é combater a doença para impedir a atrofia ou cicatriz. Na fase de sequela com atrofia, quando possível, pode-se fazer o implante de cabelos.

Apresenta-se também como áreas sem cabelo, arredondadas ou ovalares de tamanhos variados, únicas ou múltiplas, isoladas ou confluídas, sem alteração da pele, a não ser discreta hipotonia. Podem ocorrer no couro cabeludo e/ou em outras regiões pilosas. Em alguns casos, evolui para perda total dos cabelos. A causa é desconhecida, podendo estar relacionada a distúrbios emocionais, infecções ou ataques do próprio sistema imunológico.

O tratamento inclui tratar as possíveis causas, dando especial atenção aos distúrbios psíquicos e se necessário solicitar a colaboração do psiquiatra, medicações em aplicações diárias ou em dias alternados. Estes medicamentos aumentam a circulação do sangue no local e de modo geral provoca a repilação, medicamentos corticóides em solução ou pomada podem ser úteis. A sua ação é baseada na supressão do sistema imunológico no local.

Queda de cabelo de causa mecânica

Quando a queda de cabelo é devido a fatores físicos sobre o couro cabeludo, o tratamento é procurar afastar as causas. Em casos antigos, nos quais a ação traumatizante se fez por longo tempo, a alopécia pode tornar-se irreversível. Exemplos:
Recém-nascidos: perda de cabelo, principalmente na região occipital, provavelmente devido à criança permanecer deitada por longo tempo. É transitória, não necessitando de tratamento.

Certos penteados que provocam maior tração dos cabelos, comprometendo as regiões fronto-temporais e periferia do couro cabeludo. Também pode ser causada pelo uso de chapéus ou outros agentes compressivos. Pode ainda ocorrer em doentes que permanecem deitados por longo tempo.

Queda de cabelo devido a doenças infecciosa

Doenças infecciosas com febre alta durando de 3 a 5 dias podem causar queda de cabelo difusa, que se surgem entre 75 e 90 dias após o episódio febril. Nestes casos, os cabelos nascem novamente, sem tratamento.

Na infecção por sífilis podem ocorrer áreas de rarefação de cabelos e/ou pêlos, constituindo a clássica alopécia em clareira. Após o tratamento da sífilis há recuperação dos cabelos e pêlos.

Na hanseníase pode haver alopécia. É comum a perda de pêlos no terço externo dos supercílios. Costuma ser irreversível, mesmo com o tratamento específico.

Alopécia feminina difusa

Este tipo de queda de cabelo apresenta diminuição de cabelos nas regiões frontais e laretais, de modo difuso, persistindo cabelos mais curtos e afilados; a pele perde parte da elasticidade, podendo ser acompanhada de seborréia. Em geral a queda está associada a perturbações hormonais, com aumento da progesterona, menopausa, ou pelo uso de injeções de andrógenos com fim de tratamento de outro distúrbio. O diagnóstico é realizado pelo médico, que geralmente solicita exames de dosagens hormonais.

O tratamento deste tipo de queda de cabelo depende do resultado das dosagens hormonais, podendo ter indicação o uso de preparados antiandrogênicos, associados a estrógenos, a fim de combater a desregulação hormonal.

Queda de cabelo de causas sistêmicas

Pode ocorrer alopécia difusa em várias doenças que acometem o organismo como um todo:
•Lúpus eritematoso sistêmico
•Doenças carenciais
•Diabetes
•Hipertiroidismo
•Hipotiroidismo

O tratamento é o da doença sistêmica, ou seja, geralmente combatendo a causa, os cabelos crescem novamente.
Em mulheres, após o parto, é comum a observação de alopécia difusa do couro cabeludo. Geralmente é pouco intensa, dura alguns meses e regride. A regressão do quadro pode ser favorecida com o uso de rubefaciente, a administração de complexos vitamínicos e apoio psicológico.

Calvície

Este tipo de queda de cabelo é mais comum no homem. A queda inicia-se nas regiões fronto-parietais e/ou no vértice, podendo progredir e atingir toda a parte central do couro cabeludo. Freqüentemente encontra-se seborréia do couro cabeludo, ou seja, aumento de oleosidade. Geralmente é tanto mais grave quanto mais precoce é o início da queda de cabelo. Em mulher a alopécia atinge principalmente a parte central do couro cabeludo e excepcionalmente ocorre a perda total dos cabelos. O tratamento da calvície pode retardar ou interromper o processo, e quanto mais precoce o tratamento, mais eficientes e melhores serão os resultados.

Fonte: saude.com.br