Ontem vi um profissional “renomado” questionando o momento presente do Instagram. Bem na verdade questionando a poluição de tentativas de se tornar relevante na rede(s) social(s) e o impacto negativo que está tendo.

Por mais que eu odeie essa nova onda de enquetes sem nenhum propósito, como um perfil de marca de roupa questionando “escolha entre sushi e churrasco, quarto minimalista ou vintage”, eu vou lá e participo! Porque? Porque eu quero interagir. Que diferença vai fazer para o negócio? Se souberem compilar esses dados, podem conhecer mais o cliente, não que não sejam capazes, mas o benefício da dúvida dessa ação impera em mim.

As respostas para o post desse profissional foram quase inânimes. O conteúdo está ruim, irrelevante e demasiado forçado. Algumas pessoas, que provavelmente tiveram seu ápice na pandemia por conta de bons investimentos (espero), concordaram que a rede favoreceu seus negócios. Devem estar fazendo direito e os algoritmos ainda não estão boicotando. Mas a maioria sente que todo mundo se perdeu na máxima de criar conteúdo infinito, porque quem não é visto não é lembrado, ainda mais num momento em que o salto dos negócios digitais alcançaram quase duas décadas.

Eu sou sonhadora, percebo que passo muito tempo olhando a vida dos outros ao invés de olhar para a minha. Olhando, não cuidando. Porque tenho preguiça, não cuido direito nem da minha. Mas enfim, a questão é que esse fato histórico que estamos vivendo nos tirou a liberdade de ir e vir e de vivermos em sociedade. Nós somos seres sociais, e precisamos um do outro. Fomos forçados a nos encontrar intimamente e quando já era tempo suficiente e precisávamos do outro, ele não podia estar lá. Isso se consolidou em todas as áreas da vida, não só na pessoal. Tivemos que trabalhar em casa, sem poder estar na presença dos colegas ou dos clientes. Essa pressão fez com que buscássemos o apoio da rede social para conseguir manter laços e fazer novos. Mas é o suficiente?

Após uma breve reflexão sobre o post acima citado, eu senti raiva, porque realmente concordo que estão poluindo as redes sociais. E senti raiva de mim, por não fazer isso tanto quanto os outros. Por um lado pensei “que droga, deveria estar fazendo” (e quem sabe ganhando dinheiro com isso) e ao mesmo tempo pensei “que bom que não estou fazendo”. Tudo tinha os dois lados, e sentia raiva por todos eles.

Porém, cada vez que tenho a oportunidade de ver um amigo pessoalmente, dentro das condições sanitárias de segurança, percebo o quanto sinto falta de viver em sociedade. De fato, viramos robôs que vão para o trabalho, para o mercado e depois para casa – para as redes sociais. Lá é o nosso novo barzinho, a nossa nova balada, a nossa nova roda de conversa. A nossa nova palestra, nosso ponto de encontro, para conversar, estudar e trabalhar. Então percebi que não podia ter raiva de ninguém, porque todos estão se sentindo sozinhos, quem não tem ring light e coragem para fazer dancinha no TikTok sou eu!

E por essa falta de apoio que pessoas que não conseguiram tirar proveito das redes sociais, como eu, não tem, que não estão sabendo lidar com o momento. Não criamos nenhum novo produto, não nos formamos naquele curso on-line, não investimos na bolsa, só sentimos falta de viver em sociedade e tivemos ninhadas de paranoias. Mesmo depois de ser empática com todos os lados, fico sem saber qual o futuro disso que estamos vivendo, das redes sociais e ainda me pergunto se começo a fazer dancinha ou interpretar cenas engraçadas. Me dá um biscoito? Vou deixar uma caixinha para saber o que vocês querem ver por aqui 😉