Para todas as pessoas que a reportagem do Semanário perguntava sobre Adriana Gabbardo, ou Adri como era carinhosamente chamada pelos amigos, a resposta era unânime “ela era uma mãezona, a mãe da comunidade carente de Bento Gonçalves”. A ex-secretária de Habitação e Assistência Social (Semhas) faleceu no sábado, 4 de fevereiro, de infarto, enquanto passava um final de semana em família no sítio em que ela e o marido cuidavam com muito carinho.

A notícia foi recebida com muita surpresa pelos amigos, familiares e colegas de trabalho. Adriana, segundo os mais próximos da ex-professora, era uma pessoa alegre, que em todas as horas do dia estampava um sorriso largo no rosto e estava sempre pronta para dar um abraço acolhedor em quem estivesse precisando de um carinho. “Quando me perguntam sobre ela, só consigo sentir e não explicar. Pois é difícil quando temos uma perda repentina. Ela era tão carinhosa e as crianças do Ceacri tinham um carinho imenso por ela”, comenta a amiga, coordenadora do Centros de Atendimento à Criança e ao Adolescente (Ceacri) Balão Mágico, Maria do Carmo Toniollo.

Mas era ao redor dos amigos, dos cachorros e do marido que Adriana gostava de estar. Segundo, Márcio Pilotti, atual secretário da Semhas, os dias em que estavam mais felizes era quando conseguiam se reunir e “jogar conversa fora”. “Na sexta-feira, 3, conseguimos fazer uma janta que estava prometida há tanto tempo e tive a impressão, depois de tudo que aconteceu, que acabou sendo como uma despedida. Pois estávamos tão felizes e ela falava tanto que este seria o seu ano, que no dia do velório e do enterro eu não conseguia tirar aqueles momentos da cabeça”, lembra o amigo.

O prefeito Guilherme Pasin se lembra de Adriana como uma pessoa fantástica que doou a própria vida em prol daqueles que mais necessitavam. “Era a Adriana das crianças, dos Ceacris, do Abrigo Municipal, da assistência social. Era a Adriana dos indígenas, dos haitianos, dos moradores das nossas ruas, que a recebiam com muito carinho, que a abraçavam, que agradeciam por tudo o que ela fazia por eles. Esse é o jeito como consigo resumi-la e é assim que lembrarei sempre dela”, comenta Pasin.

A mãe, Dona Gessy, era a fiel companheira de Adri. Era no cabeleireiro, na aula de hidroginástica, nos jantares com os amigos e em passeios pela cidade, que as duas estavam sempre juntas e, segundo Pilotti, uma das maiores preocupações da ex-secretária era deixar a pessoa que ela mais amava. “A mãe era muito mais que um porto seguro, era a principal responsabilidade e para quem a Adriana mais se doava. Ela não queria ver a Gessy desamparada, estava sempre a cuidando e amparando”, ressalta o amigo.

O carinho e dedicação que ela tinha com o trabalho e com as crianças e idosos dos abrigos era algo que todos os amigos e colegas de trabalho irão sempre recordar. “Se eu conseguir ser 10% de tudo que ela foi nessa vida, estarei muito satisfeita”, diz a amiga Simone Menegotto .

O prefeito prefere salientar que ela será para sempre lembrada. “Costumamos dizer que ninguém é insubstituível no trabalho. Pode ser que não. Mas na mente e no coração de todos aqueles que tiveram o privilégio de conviver com a Adriana, o seu espaço, ninguém irá ocupar”, finaliza Pasin.

Creas batizado de Adriana Gabbardo

Foi anunciado na segunda-feira, 6 de fevereiro, pelo Prefeito Guilherme Pasin, que o Centro de Referência Especializado de Assistência Social (Creas) será batizado de Adriana Rigatto Gabbardo. Pasin garantiu que, depois da triste notícia que haviam recebido, sobre a ida, prematura, de Adriana, não havia outra maneira de agradecer por todos os serviços que ela prestou ao município. “Toda a dedicação à educação desde que ingressou no serviço público e à assistência social nestes últimos anos que estaremos batizando o Creas que iremos construir com o seu nome e por coincidência ou não, nesta segunda assinamos o contrato de repasse das verbas conquistadas por meio de emenda parlamentar do deputado federal Mauro Pereira (PMDB) para a construção deste Centro e o momento, certamente, era de homenageá-la”, garante o prefeito.

O amigo e atual secretário, Márcio Pilotti, garante ainda que vai trabalhar arduamente para, se possível, colocar o nome do abrigo municipal de Casa da Adri. Para que diariamente ela possa ser lembrada pelo trabalho que realizava e pelo amor que tinha pelas crianças.

Leia mais na edição impressa do Jornal Semanário desta quarta-feira, 8 de fevereiro de 2017.