Pequenas capelas de madeira ou construções sólidas em pedra eram sempre centro da vida colonial.

Ao contrário da maioria dos alemães, que sofreram por serem protestante, num país em que a religião oficial era a católica, os italianos, fizeram da atividade religiosa o foco da vida comunitária. “A escola e o professor não eram exigidos pelos colonos, assim como exigiam o padre e a igreja, diz o relatório do governo provincial de 1886. Em cada núcleo colonial, a igreja ocupava o ponto principal, e a construção de igrejas e capelas mobilizava sempre a participação coletiva, com doações de material e trabalho voluntário.

Os estilos de matérias eram variados, desde a simples casinha de madeira até a importante obra de pedra talhada ou de tijolo artesanal, transportados para o local um a um pelos fiéis enfileirados.

Frequentemente separado do corpo principais das capelas, o campanário concentrava as atenções em todos os templos católicos da região.

Os capitéis, as pequenas capelinhas construídas ao longo das estradas, geralmente em uma encruzilhada, ou em terras particulares, testemunham a religiosidade dos imigrantes e a frequência dos cultos familiares. Suas formas podem variar desde uma cruz com cobertura de duas águas, uma capelinha com uma imagem e até capelas maiores com pequenos altares. Eram erguidas, muitas vezes, para testemunhar uma graça recebida ou dedicadas ao santo de sua devoção. O fervor religioso era cultivado com rigor nas famílias. Havia orações para todo momento: para a manhã, para a noite, para a hora das refeições. “A noite, mesmos cansados, rezavam o terço, de joelhos no chão, ao lado da mesa… alguns vencidos pelo cansaço mal balbuciavam…” , conta o depoimento de um pioneiro imigrante.

Foi decisivo o papel das igrejas na aglutinação dos colonos e na formação de cidades e vilas em toda a região de ocupação italiana no Estado. Muitos sacerdotes, principalmente os italianos que acompanhavam os imigrantes, ajudavam a superar a saudade.

No início da colonização, os vigários (sacerdotes) eram encarregados do império para receber as declarações para o registro de suas terras. Cabia a eles instruir os fiéis da obrigação do registro dos lotes dentro do prazo estabelecido pelo governo e alertar sobre as penalidades que poderia acarretar o não cumprimento dessa obrigação.
Aos padres, também cabia o registro, em livro, dos nascimentos, casamentos e óbitos, até a organização civil. Isto permaneceu até a queda do império (1889).

O interior das pequenas capelas e capitéis guardava também grande parte da produção artesanal da arte sacra da região colonial italiana. A maior expressão se concentra nos altares e nas portas ou em pequenas imagens de santos esculpidos em madeira pelas mãos de artistas anônimos.