No lote rural do colono italiano, a própria família executava rodas as tarefas, muito raramente utilizando o serviço de empregados, especialmente domésticos.

A autoridade do pai como verdadeiro patriarca, acatava sem restrições, mesmo pelos filhos homens, que após o casamento permaneciam com as respectivas famílias na casa paterna.. Segundo a ótica da sociedade da imigração italiana, pais, filhos e netos formavam apenas uma família. As filhas, após o casamento, passavam a fazer parte da família do marido. A organização dos espaços diverge no Brasil daquela adotada na Europa, nas instalações residenciais rurais, lá geralmente aglutinadas numa única edificação e aqui demonstradas segundo as diferentes funções. No velho continente havia também a necessidade de reduzir a ocupação da terra com a edificação para economizar solo arável para o plantio. Os imigrantes, ao chegarem ao seu lote, dedicavam-se à abertura de clareiras nas matas e construíram abrigos provisórios de pau-a-pique, cobertos de galhos de árvores. Era um momento difícil. O pinhão, a caça e a pesca ajudaram os colonos nos primeiros tempos. Algumas vezes, a venda de madeiras e, eventualmente o trabalho na abertura de estradas e caminhos (trilhas), financiaram os colonos até a primeira colheita.

As colônias eram divididas em léguas, travessões e lotes. A légua era uma quadrilátero, cortado no sentido longitudinal, por caminhos estreitos e irregulares, de 6 a 13 km abertos no meio da mata – travessões ou linhas. A medição e demarcação das colônias e dos lotes coloniais eram feitas por engenheiros agrimensores. Em geral as léguas possuíam 132 lotes.

Interessando ao governo o início da atividade agrícola e também para evitar a possibilidade de vazios e especulação , o colono, ao receber o lote, devia instalar-se imediatamente. Estabelecida a lei, dois anos depois da posse do lote , o colono que não houvesse estabelecido sua morada habital ,nem cultura afetivada (trabalhada), perderia o direito do mesmo lote e este, após os anúncios de costume, devia a ser vendido em Hasta Pública, deduzindo-se os pagamentos feitos e os débitos provados. ” Cada três meses vinha o fiscal para ver se a terra estava habitada”…. Para os primeiros dias , até poucos meses , suas casas eram: copas de árvores, saliências e escavações em barrancos, troncos ocos, lençóis armados como tendas.

Os imigrantes construíram suas próprias casas provisórias. Verificamos a preocupação fundamental em preparar um abrigo sem nenhuma espécie de norma ou pré-requisito, conforme a disponibilidade de materiais do próprio ambiente e as características do local. Todo benefício devia ser reembolsado ao governo. Da conta-corrente de um colono da Colônia Dona Isabel (hoje Bento Gonçalves) extraímos os seguintes débitos: Transporte para o casal e bagagem. 20$000- 1 (uma) enxada 2$800; 1 (um) facão 3$000; feijão 2$700; batata 1$299; desmatamento para construir a casa, 105$000. –
Assim o agricultor estava sempre em divida e só podia trabalhar para sobrevivência.

– Parabenizo todos os agricultores pelo seu dia, mas principalmente pela arte de saber plantar, ter a alegria e a esperança de ver as plantações crescer e colher. É uma vocação que precisa de muita dedicação e ESPERANÇA. Assim também parabenizo os MOTORISTAS, os heróis de nossas estradas que lutam com os transportes.