O setor que não para de produzir e, ao mesmo tempo, não para de crescer, ligou o sinal de alerta. A indústria metal-mecânica mostra sinais de preocupação com a queda da produção em 2014 e começa a buscar alternativas para evitar demissões em grande número.
O segmento metal-mecânico, que engloba as empresas metalúrgicas, mecânicas e de materiais elétricos, tem uma forte representatividade na economia estadual e também de Bento Gonçalves. Porém, as dificuldades de financiamentos e também a retração do mercado estão deixando alguns empresários de cabelos em pé.
A situação não é considerada crítica, ainda, mais sim preocupante e delicada. Afinal, redução de 65% é algo que foge à normalidade do setor. Para que os funcionários não tenham que ser demitidos, a alternativa é utilizar o banco de horas e emendar folgas junto com os feriados. Tem sido assim ao longo dos últimos meses. Felizmente, o setor ainda não fala em férias coletivas, mas 25% das empresas não descartam esta possibilidade, caso as dificuldades continuem.
A situação só não é pior porque as indústrias ainda estão atendendo os grandes projetos de 2013, que tem longo prazo para entrega. Porém, o número de novos pedidos é considerado muito abaixo das expectativas e frustra, inclusive, as possibilidades de novos investimentos. Sem pedidos, não há como ampliar o número de empregos ou, até mesmo, pensar em expandir os negócios.
Do outro lado industrial, está o setor moveleiro, que, apesar das dificuldades apresentadas em 2013, vem conseguindo manter um crescimento pequeno e tímido, mas constante em 2014. Ainda longe desta preocupação também estão as empresas fornecedoras para a indústria moveleira. As feiras e eventos do setor ajudam a alavancar negócios e manter as contas no azul.
As mostras itinerantes, que vêm sendo cada vez mais comuns, principalmente nas regiões sudeste e nordeste, mostram-se uma alternativa interessante para fugir da crise. A Associação dos Fornecedores para as Indústrias de Madeira e Móveis (Affemaq), por exemplo, comemora o resultado de R$ 8 milhões em negócios para seus associados em um evento realizado em Minas Gerais.
A crise atual na área industrial vai exigir, cada vez mais, criatividade de empresários e entidades representativas para que uma nova crise, como em 2008, chegue ao setor.