Em uma semana o número de hospitalizações por Covid-19 aumentou 97%, passando de 794 para 1.567 em todo o Rio Grande do Sul. Governo explica o índice como demanda represada em razão das festas de Natal e virada do ano

A secretária estadual da Saúde, Arita Bergmann, afirmou nesta sexta-feira, 8, que o fato de a grande maioria das regiões do Rio Grande do Sul ter ficado com a bandeira final vermelha no modelo de Distanciamento Controlado para o coronavírus, representa um sinal de alerta para a população redobrar os cuidados, mas, além disso, as festas de fim de ano ainda não tiveram impacto nos dados do mapa desta semana.

“Ainda não temos como aferir o impacto no crescimento da transmissão do vírus como resultado do período de final de ano, Natal e Ano-Novo. Então, o fato de não ter bandeira preta não significa que possamos, neste momento, deixarmos de estar vigilantes em relação ao contágio. É fundamental evitarmos aglomerações, fazer o uso da máscara e lavar bem as mãos, porque a situação é crítica, como mostra a classificação preliminar”, afirmou Arita.

O Rio Grande do Sul ficou quase todo na cor vermelha no mapa preliminar da 36ª rodada do modelo de Distanciamento Controlado. Ao todo, 19 das 21 regiões Covid estão com alto risco epidemiológico, o que representa 95,8% da população gaúcha sob alto risco de contaminação e, principalmente, esgotamento de leitos. Apenas duas regiões – Ijuí e Santa Rosa – ficaram na bandeira laranja.

Entre os indicadores levados em consideração na classificação de risco, o que mais chama a atenção é o número de leitos de UTI livres em relação aos ocupados por pacientes com Covid-19: todas as 21 regiões receberam bandeira preta. O dado demonstra que a tendência já observada desde o mês de novembro, de elevada quantidade de pacientes internados, se manteve neste início de ano.

Não só a capacidade de atendimento do sistema de saúde preocupa o governo do Estado, o avanço no contágio do coronavírus também. No entanto, apesar de os registros de hospitalizações por confirmados para Covid-19 ter aumentado de 794 para 1.567, registrando uma alta de 97%, o Comitê de Dados observa que uma hipótese para esse crescimento seria um atraso dos registros das duas semanas anteriores causado pelos feriados de Natal e Ano-Novo.

Protocolos

O Gabinete de Crise vem reforçando que os protocolos específicos para cada bandeira não eliminam a necessidade de cumprimento dos protocolos obrigatórios previstos no Distanciamento Controlado e que devem ser respeitados em todas as bandeiras.

Uso de máscara

É obrigatório utilizar máscara de proteção facial em ambiente coletivo fechado ou aberto. Não retirar a máscara para facilitar a comunicação, pois é justamente ao falar que se emitem mais partículas, ampliando as possibilidades de transmissão.

Distanciamento mínimo obrigatório entre pessoas em ambientes em geral:

  • 2 metros sem máscara ou EPI
  • 1 metro com máscara ou EPI

Evitar aglomerações

Evitar o uso de espaços comuns que facilitem a aglomeração de pessoas, a fim de preservar o distanciamento mínimo obrigatório entre pessoas e evitar a aglomeração.

Higienização de ambientes

Além de higienizar os ambientes a cada duas horas, os estabelecimentos devem exigir que clientes, trabalhadores, alunos ou usuários higienizem as mãos com álcool em gel 70% e/ou preparações antissépticas ou sanitizantes de efeito similar ao acessarem e saírem do estabelecimento.