Diante de um 2020 financeiramente difícil, 2021 é momento de recuperação. Saber como gerenciar a renda familiar é essencial para evitar o endividamento

O Ano Novo é o início de um novo ciclo, quando as pessoas querem recomeçar e tomar atitudes diferentes para obterem resultados melhores. Um dos desejos é quitar as dívidas e ter o nome limpo, para que haja oportunidades de oferecer melhorias ao círculo familiar.

A coordenadora do curso de Ciências Econômicas da Universidade de Caxias do Sul (UCS), Jacqueline Maria Corá, explica que ter dívidas não é problema, pois sempre que compramos alguma coisa a prazo, usando qualquer meio de pagamento, está se assumindo uma responsabilidade. “O importante é planejar para que as dívidas assumidas não excedam nossa capacidade financeira, que seja possível honrar os compromissos no vencimento”, afirma.

Para conseguir pagar todas as contas assumidas e não se tornar inadimplente, a economista aconselha as famílias a saberem quanto há de renda disponível, para que haja disciplina e se evite gastar acima da capacidade de pagamento. “Precisamos fazer um levantamento dos nossos gastos fixos, aqueles que temos que pagar todo mês como moradia, transporte, alimentação, saúde, educação, lazer, entre outros. Dessa forma, sabemos qual parte de nossa renda está disponível para comprometer com os gastos variáveis, como vestuário, passeios e lazer”, salienta.

Além disso, Jacqueline acredita que muitas vezes a inadimplência acontece por conta das compras realizadas por impulso, como gastos com produtos ou serviços que não são essenciais, com aquilo que não é necessário. “Evitar endividamentos requer organização e compromisso de toda a família. Conhecer as finanças pessoais, buscar informações sobre os produtos ou serviços que se deseja adquirir, pesquisar preços, planejar o momento certo para a aquisição e como o pagamento poderá ser feito”, destaca.

Como quitar as dívidas?

A atenção aos órgãos como Serasa e SPC promovem feirões para limpar o nome deve existir, como explica a professora. “Quem tem dívidas deve ficar atento a essas oportunidades, que são muito interessantes, pois reduzem multas e juros. Além disso, os credores, de modo geral, estão bem acessíveis para criar uma forma que seja viável realizar o pagamento. O importante é o devedor tomar a iniciativa e buscar a negociação, demonstrar boa vontade em quitar a dívida”, frisa.

Novo salário mínimo

No dia 1º de janeiro, começou a valer o novo piso do salário mínimo nacional. O valor de R$ 1,1 mil demonstra um aumento de R$55,00 ou 5,26%, se comparado ao montante exigido em 2020, de R$1.045,00.

O professor de Economia da UCS, Mosar Leandro Ness realça que o acréscimo é maior que a inflação oficial no Brasil, medida pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), que ficou em 4,23%. “Logo, se pode afirmar que o aumento do salário mínimo foi superior à média dos Índices de Preços ao consumidor regional e brasileiro”, ressalta.
Entretanto, para o custo de vida da Serra Gaúcha, o docente explica que não é o suficiente. “O salário mínimo para nossa região deveria ser de R$ 5.468,85 para uma família de quatro pessoas”, garante.