No curso, chamado “Além do Olhar”, a psicopedagoga Jane Krüger abordou alguns aspectos do autismo, ressaltando a importância do envolvimento afetivo na relação professor-aluno

Nesta quarta-feira, 22, um encontro de formação pedagógica foi promovido Diretoria de Ensino do Campus Bento Gonçalves do Instituto Federal do Rio Grande do Sul (IFRS). Dessa vez, o aprendizado teve a temática Educação Inclusiva, ministrado pela psicopedagoga Jane Krüger. No curso, chamado “Além do Olhar”, a palestrante abordou alguns aspectos do Transtorno do Espectro Autista (TEA) ressaltando a importância do envolvimento afetivo na relação professor-aluno.

Conforme Jane, a capacitação iniciou nessa semana, com a primeira aula de treinamento e formação continuada para os professores do IFRS. “Essa é uma parceria que o instituto Jane Krüger fez de cooperação pedagógica e para eles se adaptarem melhor a todas essas dificuldades, porque hoje estamos com muitas crianças e jovens com autismo, além outros transtornos mentais”, menciona.

A profissional destaca que vai trabalhar, durante o treinamento, com o foco na possibilidade de os docentes reconhecem os sintomas e compreenderem como o autista funciona. “Compreender suas limitações, dificuldades, que cada autista é único, por isso se chama ‘transtorno do espectro autista’, porque é um espectro. Cada autista tem um jeito de ser, muitas vezes até mesmo de reagir, de estudar e ele precisa ser compreendido pelo ser humano singular que ele é, incomparável”, explica.

A psicopedagoga ainda salienta que gosta muito de trazer à tona a questão da sensibilidade, da humanidade e do amor. “O autista, para poder se conectar com o outro, ele precisa de alguma forma ser encontrado, haver uma conexão. Dou dicas sobre como se comportar, como olhar, como verdadeiramente conseguir encontrar o outro para através dessa conexão afetiva e de confiança, estabelecer esse canal para aprendizagem. Isso é levado através de muito esforço, paixão, compreender que é algo muito além do que só aquele momento da sala de aula”, aponta.

Jane também diz que o professor pode ser um grande inspirador, um motivador ou aquela pessoa que vai desmotivar, fazer com que esse autista que já tem tantas dificuldades venha, de fato, desistir do curso. “Esse professor não compreende, não olha direito para ele, não fala, não dá uma atenção especial, não procura compreendê-lo, adaptar as atividades avaliativas ou os trabalhos ao longo do semestre. Tudo isso precisa ser avaliado individualmente, caso por caso, porque existem situações mais graves, de autistas que também têm outros problemas cognitivos”, salienta.

Jane frisa que serão oito encontros até dezembro, para que os professores não só estejam mais capacitados para lidar com esse tipo de situação, com alunos autistas, como com outros transtornos. “Como ansiedade e depressão. Também estarei trabalhando saúde mental e bem-estar com os professores, porque eles precisam estar bem para dar uma aula de qualidade, para poder se doar por inteiro, então essas minhas aulas também são motivacionais”, garante.

De acordo com a assessoria de comunicação do campus, a formação acontece sempre nas tardes de quarta-feira, com a participação de docentes e servidores ligados à Diretoria de Ensino do Campus.

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