A tradição gaúcha e o amor pelo Rio Grande se intensificam ainda mais com a chegada do 20 de setembro, dia do Gaúcho. Quem tem a alma campeira e o tradicionalismo no sangue se emociona e se encanta com cada dança e história contadas. Josliane Aparecida de Freitas, a Ane, tem no Centro das Tradições Gaúchas (CTG) a sua segunda casa e o Sul do Brasil, sua querência.

A união que veio dos fandangos gaúchos
Natural de Santa Rosa, foi nos bailes e fandangos que Ane conheceu Sidney Luiz Zilio. Juntos há 17 anos, o tradicionalismo que os uniu ainda mais. Em Bento Gonçalves desde 2004, o casal tem uma filha, Taciana Marieli, 24 anos, que foi prenda adulta do CTG Laço Velho e dançou nas invernadas juvenil e adulta da entidade. “Neste mundo tradicionalista me encontrei na coletividade. Somos representantes da patronagem do Laço Velho desde 2015. O encantamento tradicionalista surgiu quando nossa filha quis fazer um curso de dança de salão e, fomos acompanhá-la. Daquele dia em diante nos encantamos e decidimos conhecer o mundo do CTG”, relembra Ane.

O amor pela tradição gaúcha
Foi no CTG Laço Velho que Ane encontrou sua segunda morada longe de casa. Com a filha já inserida nas danças, foi a vez dela e do marido deixarem a inibição de lado e se tornarem peão e prenda. Uma mulher guerreira, que vê na força da prenda e na dança gaúcha a beleza plena da tradição. “Quando falo da mulher, me vem à cabeça a força da prenda em um tablado. Toda prenda enche os olhos daqueles que assistem a qualquer apresentação, com sua graciosidade, seu vestido e sorriso. O brilho no olho de toda prenda faz encantar até mesmo o sentimento, seja de um grupo grande ou um grupo pequeno”, encanta-se Ane. Dentro da entidade já desenvolveu atividades no Agregada de Pilchas, departamento Cultural e Artístico e, agora, ajuda na coordenação de aproximadamente 120 integrantes das invernadas pré-mirim, mirim, juvenil, adulto e xirú.

O conservar da tradição
A contadora, que não desiste nas adversidades, busca inserir a cultura gaúcha no seu dia-dia, preservando as raízes. “No pensamento de hoje, onde por muitas vezes o jovem vai em busca da diversão, os pais nem sempre estão inseridos. No CTG vem a família toda para os fandangos e temos orgulho disso. Nossa cultura é muito rica, pode-se compreender o tradicionalismo enquanto uma construção social, um espaço coletivo, em que os sujeitos se sentem pertencentes, indo contra a cultura individualista”, comenta Ane.
Como diz o próprio Hino Riograndense: “Sirvam nossas façanhas de modelo a toda terra”. Feliz dia do Gaúcho, aos nativos, aos de coração e aos que amam a cultura gaúcha.