Coluna do Henrique Alfredo Caprara - 6 de agosto de 2021

OS MUTIRÕES

Aplaudo os mutirões de limpeza de estética e assépticos de ruas e logradouros públicos de Bairros, ação da municipalidade capitaneada pelo Prefeito. Não entendo como ato populista e vejo neles um ato educacional, sabe aquele ditado “macaco vê, macaco faz”? Se vai fazer ou não, é outra história porém mostrei que “se eu faço o cidadão pode fazer, assim manteremos a cidade cada vez mais limpa e bonita”. No entanto, seria muito bom que o Secretário do Meio Ambiente circulasse pelas ruas e constatasse a necessidade de algumas providências, compatíveis com os mutirões. Vejam o lixo jogado na Rua Frederico Grando, se não estivesse ali há mais de 60 dias, não falaria. Lixo atrai lixo, limpeza atrai limpeza. Por essa rua transitam, diariamente, muitos veículos, inclusive de auto escola. Os alunos, ao ver o lixo, não vão encontrar nada compatível com “escola”. Motoristas de caminhões de entrega fazem seu lanche ou almoço ali, na sombra das frondosas árvores da RESERVA DARWIN GEREMIA. E deixam sua sacolinha na beira da calçada onde fica como “bebei” de decoração. E, como o “morro dos engates” foi subtraído da gurizada, é ali, nesta rua, que muitos “engates” são levados a efeito. Então, “te vai uma bala”? E o papel é jogado no leito da rua. E ali fica um cenário de “sacolas e papéis ao vento”. Onde tudo isso é compatível com os mutirões de limpeza, Secretário? Há outro problema nesta rua, o calçamento está cedendo, para o lado do imóvel do SESI. E vai cedendo cada vez mais, não há nada que uma parceria entre Prefeitura e SESI não possa resolver. Se desmoronar total vai custar uma barbaridade de dinheiro, uma contenção agora não vai custar tanto quanto.

BENTO, UMA CIDADE DESEQUILIBRADA?

Ao constatar a tenacidade, a obsessão e o trabalho intenso do Prefeito Diogo, chego à conclusão que a cidade está desequilibrada, há tudo para fazer em tudo que é lugar, ficamos um tanto “estáticos” nos últimos anos diante de nossas necessidades. Não é mais possível dissociar a gestão pública da gestão privada. Em Bento, de forma acentuada, ambos devem estar interligados. Parece pouco que os empresários gerem empregos, paguem impostos e a Municipalidade faça a gestão pública desses recursos de forma não compartilhada. Até pode estar certo mas é demorado e Bento não pode mais esperar por uma gestão mais que popular, uma gestão compartilhada. É importante que o Prefeito harmonize, como está fazendo, suas relações com os legisladores, que são os Vereadores; é importante que o Prefeito cobre dos secretários municipais uma ação enérgica de serviços comunitários, assim como ele Prefeito faz, e os condicione a prestar contas à população do trabalho executado; é importante que o Prefeito institua um Conselho Consultivo, composto por lideranças empresariais e comunitárias, para que harmonize as ações no interesse coletivo e na urgência prioritária, moldando e valorizando um planejamento como o BENTO+20. E penso que o Prefeito , também numa ação superior, deva constituir, uma representação comunitária e, quando sairmos por aí a fazer visitas, reinvindicações, ataquemos em Bloco, perdão, me expresso melhor, como o ‘team’ de uma cidade coesa, organizada, que sabe o que quer e como conseguir. Tenho visto Clóvis Tramontina indo falar com o Presidente, com que olhos o presidente vai olhar para Clóvis, dono de um império industrial fantástico e gerador de milhares de empregos? E a Luiza Trajano? E o Luciano Haag? Nós também temos em Bento um Clóvis, um Luciano, uma Luiza. Quem vai agregá-los? Pensem em lideranças compondo, junto com o Prefeito, uma COMITIVA DE BENTO nos corredores do Congresso, no Palácio do Planalto, no Piratini, no Banrisul, como Grêmio e Inter. Se fizéssemos isso teríamos problemas com a sustentabilidade da Fundaparque? Com a ausência de recursos para implantar o Bento+20? Para termos nosso banco de sangue ao menos? E, quem sabe, mais recursos para uma FENAVINHO, uma EXPOBENTO, para o PARQUE DE EVENTOS onde é preciso investir cerca de 30 milhões para modernizá-lo e adequá-lo a grandes eventos? Bento precisa uma ação superior, não é possível ficarmos vivendo de pequenas ações de deputados em torno do TACCHINI, Bento é mais, precisa mais, pode mais e isso vai depender do que o Prefeito e o Presidente do CIC fizerem juntos após sentarem à mesa e formalizarem uma PARCERIA PÚBLICO PRIVADA DE INTENÇÕES RECÍPROCAS E SUPERIORES. As personalidades do Prefeito Diogo e do Presidente do CIC Rogério, são plenamente compatíveis. BENTO NA GESTÃO COM MAIS VINTE NA CONDUÇÃO. Que slogan gente! Eu me amo! Tu não te ama caro leitor? Se não, como vai poder amar o próximo?

E O NOSSO BANCO DE SANGUE?

Leio que “FALTA DE SANGUE AMEAÇA CIRURGIAS ELETIVAS EM BENTO”, notícia envolvendo o TACCHINI. Por favor, somos ou não somos? Somos? Então que tenhamos o nosso próprio BANCO DE SANGUE e que não dependamos mais do banco de sangue de CAXIAS.

A DELEGADA ISABEL

Certa ocasião entrei num Magazine nos EE.UU. e tinha uma loja de Departamentos que vendia tudo sobre policiais, roupas, insígnias, bonés, óculos Rayban. Por lá usar esses “acessórios” são permitidos, o americano adora polícia, vejam nos filmes as crianças. Pois eu entrei na fila pensando, “vou chegar em Bento e vou acontecer”. Na metade do caminho, desisti da ideia pensando “vai que eu use essa roupa de SHERIFF, a polícia logo vai pensar que eu sou um bandido vestido de ‘policeman’ pronto para assaltar um banco, disfarce muito comum por aqui”. Lembrei disso ao ver uma foto, que “roubei”, da Delegada Isabel junto com seu cãozinho farejador. Nunca falei com a Delegada, mas gosto dela. Está sempre esplendorosa, veste uma roupa policial de Griffe, a insígnia dela está sempre brilhante, ela deve assistir Netflix lustrando o distintivo, ela socializa a polícia, está perfeitamente enquadrada, com competência, nos ditames do Bento+20, policial do futuro. Eu fico imaginando a Delegada com essa elegância toda passando no centro, não vai faltar quem grite “me prenda delegada, sem condicional, aceito prisão preventiva”. Também não vai faltar quem, de forma atrevida, disser para a Delegada “se o Toti escapar, deixa que eu vou buscar”. Imaginemos mais. A Delegada sai a campo a trabalho e, diante do perigo, nem precisa arma, ela aponta a insígnia para o sol e seu brilho vai ofuscar a vista dos bandidos, prisão fácil, “sem violência policial”. Agora imaginemos a Delegada em seu gabinete de trabalho, rosas e flores em todos os cantos, o Toti em cima da mesa de trabalho com a ordem unida “não te mexe”, e, ela, interrogando um transgressor da lei. Lá vem o diálogo: “qual é a tua meliante, tá pensando o quê da vida com essas atitudes ao arrepio da lei?”. E ele: “arre o que Delegada?”. Ela: “arrepio cara, arrepio de desrespeito tá sabendo?” Ele: “ah tá Delegada, acontece que…” Ela: “acontece coisa nenhuma meu, tu vai pra aquela parede e cara crachá, vai ser enquadrado”. “Mas, vem cá rapaz, tu não tem outra coisa para fazer na vida senão roubar?” Ele: “mas Delegada, tá difícil arrumar trabalho!” E ela: “tá difícil o que, porque não vai ser equilibrista na sinaleira, tá bom, precisa de talento, mas que tal colher uva na safra tão pagando R$ 150 por dia, tá bom tu vai comer metade da uva, mas que tal então ser skatista? Eu posso pedir ao Prefeito que faça contigo uma PPP, ele entra com os skates e tu conquista a medalha nas Olimpíadas, só não vale vender depois pra comprar droga, tá sabendo?” E ele, já sem argumentos: “mas Delegada, não dá já fui pra praça com meu skate de segunda mão e não tem banheiro, tão fechados”. A Delegada então, pacientemente, tirou o lápis com borracha do Toti, que achou que a borracha era chiclete, olhou, candidamente, para o meliante e pensou: “não adianta ação social, tem que enquadrar e pronto, até porque não tem nem como ele reclamar do nosso presídio, é melhor do que um Hotel cinco estrelas”. A Delegada Isabel também defende a causa animal, ela postou o seguinte: “como saber se posso confiar em alguém? Se latir ou miar é totalmente confiável”. Maltratar animais é crime, denuncie! Lá em casa tem dois Totis, essa semana minha filha, 16 anos, saiu com essa: “nesta casa os Totis são pessoas e, as pessoas, são os Totis!”. Se ela tem razão será surpresa a Delegada passar pelo centro e um monte de gente gritando miau, miau, ou au, au, e andando de 4 patas? Abraço Delegada, continue nesta postura exemplar “Bento vos ama”, como diria um amigo meu ex-seminarista.

QUEIMA DE ARQUIVO

A gente acorda e vem à mente a pergunta: “quem será que mataram hoje?”. Chama atenção o local em que desovaram o último corpo, a rua com pavimentação nova, meio fio pintadinho, no bairro Zatt. A morte de traficantes que não seguem o código de honra deles, é uma constante em Bento, a polícia “agradece”, mas o fato é um sinalizador de que o crime se revitaliza e cresce. Assim, é preciso combater as causas e não os efeitos. Uma das maneiras é fazer o que o Prefeito está fazendo ao humanizar os bairros problemáticos e dar um novo sentido ao futuro dos jovens e crianças, longe da droga. A ideia de dar menor importância às mortes de traficantes porque é “bandido matando bandido”, me leva a pensar que sociedade é essa que acharia bom bandido matar bandido? Que sociedade é essa que contempla o assassinato taxando de “limpeza social”? E as crianças, e as famílias destroçadas, não importam? E o exemplo negativo que “campeia”?