A cada dia que passa mais e mais ficamos à mercê da marginalidade. Nossos policiais civis e militares, além de receberem salários aviltantes diante da complexidade de tudo o que devem oferecer a nós, população, ainda estão em número menor, muito menor do que a própria lei determina. Veem “aspones” e “gepones” de parlamentares, de todos os níveis, perfeitamente dispensáveis à população, recebendo o triplo ou mais do que eles.

Não bastasse isso, também constatam a diferença brutal que existe no armamento usado pela marginalidade e o a eles disponibilizado. Mais ainda, não raramente percebem que a população, a quem defendem com a própria vida, não reconhece o hercúleo trabalho que fazem.

É comum se ver policiais civis e militares tombando diante de armas de bandidos e a atenção que a chamada “grande imprensa” dedica a isso é pífia. Todavia, se um policial atirar num bandido, é comum, também, ver-se “n” questionamentos sobre a ação policial.

“Poderiam ter evitado o disparo da arma”; “Atiraram por despreparo”. Essas e outras coisas são lidas, vistas e ouvidas sobre ações policiais que terminam com bandidos mortos. Algumas vezes, vislumbrando fugas de blitz ou ações suspeitas, seu sentimento de dever os faz perseguirem aqueles que fogem deles. Mas, será que a população e a imprensa não pensam no estresse que vive um policial? Nenhum bandido espera a aproximação da polícia e pede documentos ou “o que estão fazendo aqui”, “quais são suas intenções”.

Eles atiram para matar e os policiais sabem disso. Porém, sabem eles que o entendimento de suas ações dependerá da compreensão dessa “grande imprensa” ou da população que a acompanha e acredita. Fácil, pois, imaginar com que preocupação um policial aborda suspeitos ou bandidos. O brigadiano morreu nesta segunda-feira abordando dois bandidos. Obviamente, eles não portavam “crachá de bandido”.

O policial atirou na perna de um deles em confronto. Por que na perna? Simples: se atira e mata abririam um processo terrível contra ele e ainda enfrentaria questionamentos sobre “a necessidade de ter atirado” ou seu “despreparo na abordagem”. Já ouvi e li milhares de vezes que “a polícia prende e a justiça solta”, como se a segurança pública fosse de exclusiva responsabilidade desses entes. Não, não é assim! A responsabilidade é de todos nós, autoridades, entidades e população. Polícia, judiciário, presídios, assistência social, povo.

Todos fazem parte da segurança. Em Bento a polícia prende e a justiça solta porque nós, população, permitimos que menos de vinte pessoas impedissem a construção de um presídio novo. E há, ainda, uma legislação pífia, ridícula, sem que nós, população, exijamos de nosso Congresso Nacional leis menos permissivas. A pena de morte é proibida no Brasil, mas a bandidagem a aplica ao seu bel prazer. Já não está mais do que na hora de nos unirmos contra a bandidagem e a favor dos “mocinhos”, nossos valorosos policiais civis e nossa Brigada Militar? Pensemos muito nisso, por favor!