“Descobre tuas origens… cada um de nós pode ser o farol da civilização e estimular o progresso do mundo.” (João Paulo II, em Santiago de Compostela em 09-11-1982)

As massas populares italianas encontravam-se condenadas à miséria e à fome.
“- QUEREMOS EMIGRAR – BASTA DE MISÉRIA! É o terrível dilema que ouvi, mais de uma vez, da boca dos operários agricultores empobrecidos”

– João Batista Scalabrini – Fundador da congregação das irmãs e dos padres e religiosos, para cuidar dos migrantes.
“Foram aqueles tempos em que se verificaram os piores enganos e as especulações mais desumanas em prejuízo dos emigrantes recrutados na parcela mais pobre da população.”

Em 24 de dezembro de 1875, chegaram os primeiros moradores da Colônia Dona Isabel (hoje Bento Gonçalves)
A história e a cultura da imigração se expressaram e ficaram registradas em formas de falar, de sentir, de se comportar, de trabalhar, de viver em uma civilização singular que ultrapassaram as fronteiras da região colonial e fecundaram o Estado do Rio Grande do Sul.

Na Itália, os imigrantes eram “contadini”, trabalhadores pobres que partiam rumo à América, fugindo da fome, da miséria, da pelagra, dos baixos salários, do alto aluguel da terra. No século XIX, a Itália passou por várias transformações. Os camponeses foram expulsos das terras. A indústria mostrou-se incapaz de absorver a mão-de-obra disponível. Assim, os italianos pobres foram obrigados a buscar, em outros países, as condições de vida que sua pátria lhe negava.

A maioria dos imigrantes que chegaram ao sul do Brasil partiram do porto de Gênova. A travessia, que durava pouco mais de um mês, era feita em navios sobrecarregados. As doenças eram frequentes e a mortalidade elevada.

Ao chegarem no Rio de Janeiro, eram alojados na Casa dos Imigrantes, após transportados em vapores para Porto Alegre, numa viajem de dez ou mais dias. Na capital os alojamentos eram prédios precários e eles dormiam nas ruas e praças próximas. De Porto Alegre seguiam em pequenas embarcações para São João do Monte Negro (hoje Montenegro).

A viagem do Porto de Montenegro à serra era feita em dois ou três dias, a pé, no lombo de animais, através de picadas (trilhas) abertas na mata.

A imigração italiana para o Rio Grande do Sul foi iniciativa do governo Imperial Brasileiro. O movimento tinha como objetivo “importar mão de obra e principalmente produzir alimentos.

O Estado do Rio Grande do Sul, de 1875 a 1914, recebeu 80 mil imigrantes, provenientes do Vêneto, Lombardia e do Tirol, atraídos ao Novo Mundo pelo sonho da terra.