Beira o absurdo, o inimaginável, o inacreditável o que se constata em nossas rodovias. A federalização da ERS-470, agora BR-470, estava virada num chapéu velho, cheia de buracos, sinalização horizontal praticamente inexistente, enfim, estava transformada numa estrada vicinal de 5ª categoria. Pois bem, foi federalizada. Òh, que bom! As coisas, finalmente, iriam mudar. Ela não dependeria mais dos falidos cofres do governo estadual. E as mudanças começaram logo. Uma reconstituição da BR-470 foi iniciada e causou impacto positivo nos usuários. Depois de tanto tempo, não era uma “operação tapa-buracos”, mas um recapeamento com frezamento e asfaltamento de considerável espessura.

Será, mesmo?
Pois é, os usuários da rodovia teciam largos elogios. Afinal, tínhamos um trecho da rodovia em ótimas condições. Até a sinalização horizontal começou a ser feita logo, algo que não é comum em se tratando de cumprir o artigo 88 do Código de Trânsito Brasileiro (vale também para as ruas das cidades, sabiam?). Soaram as trombetas, tocaram os sinos! Enfim, uma rodovia decente entre o Distrito de Tuiuty e Carlos Barbosa. Mas, eis que vieram algumas chuvas. Pronto! Bastou para que aquele “belo asfalto” mostrasse a sua verdadeira cara. Hoje se precisa rodar muito pouco no trecho para encontrar nossos “velhos amigos” buracos e suas primas, as “crateras”. A entrada na cidade, próximo à Pipa Pórtico, é o cartão postal da obra.

E agora?
Considerando-se o histórico das recuperações que são efetuadas, sejam operações tapa-buracos ou recapeamentos, essas porcarias que estamos vendo estão inseridas no contexto. No Brasil, vale a máxima do “sempre foi assim”. Agora a pergunta é: quando irão refazer, decentemente, o trabalho de recuperação? Resposta: só Deus sabe! Enquanto isso, constátasse que a colocação de tachões refletivos, de vital importância para a prevenção de acidentes no trecho até a entrada do Vale dos Vinhedos, não se completou. O trecho entre o posto da polícia rodoviária federal e a saída pela Pipa, onde existia uma lombada eletrônica que ajudava sobremaneira a evitar acidentes, está perigosíssimo. E agora? Alguém está mobilizando forças para recolocar a lombada? E para penalizar aqueles que fizeram essa recuperação descartável do asfalto? Quantos carros terão que ser danificados, acidentes constatados e vítimas contabilizadas? É esperar para ver. Como sempre!

E a RS-122?
Sim, a RS-122, desde o “eficiente” governo brito, deveria ter sua duplicação e manutenção custeada pelo pedágio. Mas, o que se vê, na prática? Entra governo e sai governo com a “nhaca” sendo a tônica dessa rodovia. A arrecadação deve ir direto para o cofre do governo para pagar salários, como acontece com o IPVA. Há não muito tempo a RS-122 foi quase que totalmente recuperada. Demoraram mais de um ano para sinalizá-la horizontalmente em vários trechos. Agora, depois de alguns meses, o que se verifica? A RS-122 com buracos enormes e precária sinalização em vários trechos. Será que os governantes, ao assumirem, perdem completamente as noções de respeito ao povo? E essas empresas que prestam esses serviços precários, têm seus donos punidos? Ah, sim, sei! “Sempre foi assim” será a justificativa dos inconsequentes.