Na quinta-feira, 28, professores, bolsistas, representantes do Instituto de Assistência Técnica e Extensão Rural (Emater) e da Prefeitura Municipal de Bento Gonçalves, reuniram-se no Instituto Federal do Rio Grande do Sul (IFRS) para apresentar a avaliação de rótulos de uma agroindústria da região. A ação faz parte do projeto “Análise dos Rótulos de Estabelecimentos Cadastrados no Programa de Agroindústrias Familiares do Município de Bento Gonçalves”, que visa auxiliar os agricultores na confecção de novos rótulos em produtos, avaliando e dando sugestões, como: mudanças na escrita, posição do emblema, detalhes da tabela nutricional, falta de algumas informações importantes, entre outros aspectos.

Iniciada em 2020, a ação completa seu segundo ano com excelência, atendendo aproximadamente 23 agroindústrias da região e prospectando mais 10 para o próximo ano. A engenheira de alimentos, professora e coordenadora do projeto, Lucia de Moraes Batista, conta que a ideia do projeto surgiu há dois anos, após uma palestra ministrada no ano anterior. “Durante um evento da agricultura familiar do município, quando fui apresentada à legislação de rotulagem de alimentos e à consulta pública da nova legislação da tabela nutricional”, lembra.

Desde sua fundação, foram analisados 236 rótulos de diversos tipos de produtos, como: farináceos, doces e geleias, sucos de uva, vinhos e espumantes, minimamente processados, vegetais in natura, ovos, entre outros. “Identificamos para os agricultores familiares os erros apresentados nos rótulos e falta de informações que devem estar presentes, para atender as legislações vigentes. Além de permitir que os alunos do IFRS-BG, vivenciem a rotulagem de alimentos na prática, utilizando os conhecimentos trabalhados em legislação de alimentos”, considera.

Na análise dos rótulos são revisadas as seguintes informações: denominação de venda do alimento, lista de ingredientes, conteúdo líquido, identificação da origem, do lote e o prazo de validade. “Também verificamos as instruções sobre o preparo e uso do alimento, rotulagem nutricional e as advertências obrigatórias sobre a presença de alérgenos alimentares, como glúten e lactose”, afirma.

O tecnólogo em alimentos e extensionista rural da EMATER/ASCAR RS, Neiton Bittencourt Perufo, conta que a iniciativa da professora Lúcia atua como auxílio às agroindústrias familiares do munício. “A Emater e a Prefeitura de Bento abraçaram imediatamente a ideia, apoiando esse projeto maravilho, que é mais uma oportunidade de contribuir à sociedade e aos agricultores. Ano que vem vamos somar mais de 30 que passarão pelo projeto, que além de conhecimento, agrega segurança aos proprietários dos agroindústrias”, diz.

Segundo o tecnólogo é um trabalho em conjunto. “O trabalho da EMATER/ASCAR executando o Programada Estadual de Agroindústria Familiar, a prefeitura de Bento Gonçalves através da Vigilância Sanitária e da Secretaria da Agricultura com o Programa Municipal de Agroindústria Familiar e o Instituto Federal, essa grande instituição de ensino que temos em nosso município, uma referência a nível nacional. A união dessas forças está ajudando novamente a sociedade e o agricultor familiar, classe que tem uma importância significativa para o desenvolvimento da cidade, desde os tempos da imigração”, salienta.

A cada ano, os responsáveis pela ação pretendem atender, no mínimo, 10 agroindústrias familiares. No primeiro foram 12, no segundo 11 e em 2022, nove rótulos já estão sob análise. Um deles é o da moradora do Vale Aurora e proprietária da Trilha das Massas, Angela Petroli, que busca melhorar seus rótulos através das dicas apresentadas no último evento realizado no município.

Angela conta, que o projeto é muito importante para ela e outros agricultores. “Nos ajuda a melhorar muito a qualidade de visualização do nosso produto no mercado em questão dos olhos do consumidor. Ao mantê-los dentro da legislação da vigilância sanitária, só nos preocupamos em produzir e atingir as metas que queremos, sempre com pensamentos positivos para tudo dar certo”, finaliza.