Conforme organização, mais de 10 mil pessoas prestigiaram o evento realizado na área central da cidade no último domingo, 12

A Praça da Matriz, na área central do município de Pinto Bandeira, foi palco para a realização da ‘maior uvada artesanal do mundo’ no último domingo, 12. Mais de 10 mil pessoas prestigiaram o evento inédito, que também marcou um resgate histórico da cultura dos imigrantes italianos. A atividade foi realizada por meio de uma parceria entre o Rotary Clube Bento Gonçalves São Francisco e a prefeitura de Pinto Bandeira.

Processo de preparação iniciou por volta das 7h

O processo de elaboração da uvada começou logo cedo. As cerca de 90 pessoas, que trabalhavam em duplas, tiravam as uvas dos cachos para iniciar o processo de cozimento do fruto, que era colocado dentro de tachos de cobre. Muita lenha também foi necessária para manter o fogo sempre aceso. Aos poucos, as méscolas, – uma espécie de colher gigante – também iam fazendo parte do procedimento, misturando o doce para não grudar no fundo ‘da panela’. Os mais de mil quilos de uva ficaram prontos às 14h30min, após horas no fogo. Tudo isso, preservando as tradições dos antepassados. “Nós resgatamos o que víamos quando criança, aquilo que nossos pais e avós faziam no encerramento da colheita. Eles procuravam os cachinhos de uva que sobravam nas parreiras, juntavam e faziam a uvada. Lembro que isso era transformado em uma festa, nos mesmos moldes que fizemos neste evento que considero fantástico”, salienta o prefeito, Hadair Ferrari.

Além da tradicional uvada, vinhos, espumantes e muita comida típica regional também fizeram parte da programação. A alegria contagiante dos organizadores e demais pessoas envolvidas também foi um dos pontos altos da atração. “Não tenho palavras para expressar minha gratidão aos nossos produtores e comunidades pelo evento. Eles enfrentaram um calor escaldante, fumaça, cansaço e ficaram firmes até o final para entregar a maior e melhor uvada do mundo. Vocês são guerreiros, são o braço forte que movem esta cidade”, homenageia.

Ele também lembra e agradece a parceria com o Rotary São Francisco e a todos que contribuíram para que a atividade fosse um sucesso. “Ao Rotary, por ter nos sugerido este belo evento. Aos nossos servidores, vereadores e a todos os demais que trabalharam incansavelmente para fazer deste evento um sucesso”, realça.

Orgulho das origens

Edena Pavan Moroni e Vilmar Moroni colocaram a ‘mão na massa’ e literalmente fizeram a ‘uvada’ acontecer. Ele e outras tantas pessoas foram as responsáveis por produzir o doce. “Foi um desafio, mas também um momento especial de honrar a nossa gente. Quando os primeiros imigrantes italianos aqui chegaram, tinham consigo algumas mudas de parreiras, que
plantaram e multiplicaram. Com muito esforço, quando a produção começou a acontecer,
uma parte da colheita da uva era para confeccionar o vinho e a sobra, os cachos menores, os mais feios, serviram para fazer a uvada. Eram tempos difíceis”, comenta Edena.

Para ela, poder recordar, valorizar e lembrar o passado, foi um momento único. “Tivemos a oportunidade de mostrar como os munícipes de Pinto Bandeira se unem e trabalham com cooperação, amor e alegria. Produzir a maior uvada do mundo mostra o valor e a força da nossa gente. Mais uma vez, o município esteve em evidência, produzindo mais de mil quilos de uvada
por descendentes de imigrantes italianos e também por outros povos que se instalaram e hoje formam a região”, salienta.

Ainda hoje, quando se fala em fazer a uvada, todos pensam que é momento de festa. “Porque sempre se aproveita as brasas para cozinhar mais alguma coisa. Então, fazer a uvada sempre foi sinônimo de reunir a família em torno do fogo, em torno do tacho e celebrar a colheita”, finaliza.

Fotos: Divulgação