SEMPRE É TEMPO PARA HOMENAGENS

Constantino Bottin, Pintobandeirense, ex-gerente da Corsan de Bento no tempo em que era constante a operação “tapa buracos”. Colorado, de ver jogos no Beira-Rio, cultivador de amigos. Um dia ouvi dele o seguinte, já fora da Corsan: “Henrique, a água da Corsan de Bento é puríssima, melhor do que qualquer água mineral que anda por aí”. Fica também, como legado de Bottin, sua valiosa afirmação sobre a água que bebemos ou, que usamos. A CORSAN vai a leilão no dia 20, qualquer lance acima de 4,1 bilhões está habilitado a vencer a concorrência. Porém, sempre há um porém, o SINDICATO DA ÁGUA entrou na justiça para impedir o leilão.

DESPEDIDA DO CLEMENTE

Da. Rosa, 89 anos em julho passado, foi, há muitos anos, e por mais de três anos, assessora do Semanário para assuntos de conservação do patrimônio, quando estávamos lá no Centro. Ela sofria muito com a falta do dinheirinho para pagar os estudos do filho Clemente. Seguidamente eu ouvia dela “deixo de comer para que ele tenha o estudo que eu não tive”. É uma senhora cordial, cumpridora de seus deveres, muitas vezes a vi chorando, um amor de mãe incontido, orgulhoso, serviu pra mim dimensionar sua grandeza. E Clemente correspondeu. Como professor de educação física se notabilizou a tal ponto de ter sido merecedor de reconhecimento público, derivado de pesquisa efetuada. Com ele, emanavam preceitos, eu diria institucionais, tipo “o valor está na pessoa”, “se você quer você consegue”, “tem que se empenhar tem que querer”. Ele foi instituidor do Projeto Bento Volêi em torno do qual se agregaram jovens lideranças, como Dorvalino Lovera, Celito Mathias, Carlos Manfroi, e outros que não me lembro. Gravitei no entorno deste projeto. Quando presidi o Esportivo, o BENTO VOLÊI era um braço do Clube, e tinha mais receita que o alvi-azul. Enquanto isso, Clemente era um “galo de briga”, um executivo com tenacidade e, foco nos objetivos não lhe faltaram nunca. O BENTO VOLÊI foi para a liga nacional, fez história, lá fora e aqui dentro.

Clemente Mieznikowski, formação de muitas crianças e jovens tem muito a ver com seus ideais

VISÃO DE FORA

Eu tinha uma Secretária que tinha um filho no BENTO, quando criança. Ela não sabia como agradecer, seguidamente afirmava “O BENTO VOLÊI TIRA AS CRIANÇAS DAS DROGAS”. Esse também era o grande objetivo do Projeto. O CEBOLA, atleta muticampeão, foi contratado pelo BENTO com objetivo de desenvolver um PROJETO de sustentabilidade, era preciso na opinião da Diretoria, “pensar grande”. Mas os custos eram enormes, sustaram os planos de CEBOLA e seu braço direito CLEMENTE. Clemente me ligou e trouxe Cebola até o jornal, estavam frustrados, os ouvi atentamente, CEBOLA chorou copiosamente, “esse projeto era um sonho meu, acabaram com ele, não me conformo, e eu tinha proposta do MINAS VOLÊI. Deixei ele se acalmar e disse: “Cebola, como é que tu consegue imaginar que uma cidade como Bento tenha cacife para bancar um salário mensal de 30 mil reais para um treinador do Volêi, refaz os contatos com Minas, que é um estado rico, que tem um patrocinador poderoso, e vai prá lá, me parece que ele está lá até hoje. FIM do mega projeto Bento Vôlei, fim da Liga Nacional, fim da disputa da Liga Estadual, fim dos sonhos grandiosos, não por incompetência, mas porque as pessoas cansam, criam sucessores sem que tenham a mesma vitalidade, ficou só a escolinha raiz, ficou o CLEMENTE com sua luta, mergulhada inclusive na Vereança que depois declinou. Hoje, tanto as escolinhas tanto do Volêi do Bento, como do Esportivo no futebol, estão ai cumprindo seu papel educacional, junto as crianças. O Projeto pessoal da Da. Rosa deixou inclusive um legado educacional no meio social de Bento conduzido por Clemente. Nela deve estar brotando uma dor imensurável de ter perdido um filho, mas também um orgulho da “melhor das mães”. Onde é que esta história dos HERÓIS COMUNITÁRIOS LIGADOS AO BENTO VOLÊI FICOU REGISTRADA?

GIRO POLÍTICO

Aconteceu como eu previ, o PP, de Heinze e Pasin, voltou para os braços do Governador Leite. Com isso voltará a ter três secretarias no governo do estado e tem a promessa do Governador de que alguns pontos que o PP defendia na campanha para Governador serão acolhidas por LEITE. O PP que estava com Leite, deixou de estar com Leite e, com Heinze, disputou as eleições, ficou em quarto lugar, no segundo turno apoiou ONIX em apoio a Bolsonaro. Como é possível isso em política? Quando há respeito nas relações pode-se sim construir uma união política mesmo com objetivos diferenciados. LEITE passou a ter 70% dos Deputados da ASSEMBLEIA, vai governar com tranquilidade a ponto de ter aceito, no dia seguinte, assumir a presidência do PSDB Nacional. O Vice dele, SOUZA, é do MDB, o PP apoia, o que poderia querer mais o Governador, vai virar notoriedade nacional enquanto SOUZA, conduz o estado junto com o PP. Meu avô diria “tudo como o diabo gosta”! (Que coisa boa). Qual a ideia de LEITE a nível nacional? Constituir, via PSDB, um novo centrão, no qual se alinhariam os políticos que não apoiaram nem LULA e nem BOLSONARO. Uma longa caminhada, que não tem gosto nem de bom, nem de ruim, depende do resultado. No momento, o Brasil ou é BOLSONARO ou é LULA.

O CENÁRIO URBANO

A cidade está cada vez mais bonita. A decoração de Natal é restrita, mas de qualidade. Eu teria iluminado a PIPA, serviria também para tirar a PRF de lá que, em certa penumbra, fica “atocaiando” os “bebunzinhos” com a mortífera arma chamada BAFÔMETRO. As obras de embelezamento cênico da VIA GASTRONOMICA, dividem a opinião pública, pelo volume de investimento que, acho, não é compartilhado com os proprietários dos imóveis. Na Câmara, o Vereador Petroli defende que aquela fiação toda da Via seja removida porque está feia. Bem, aí Vereador, só com a mudança do cenário os imóveis estão sendo valorizados em 10% por conta do povo, se for feita uma obra estrutural de vulto, como Lunelli fez na Via Del Vino, quanto o povo teria que pagar? O Vale dos Vinhedos vive seu Natal, “tá muito bonito” dizem. O que me deixa impressionado é que não há movimento em torno da solução do problema do plano diretor que “incendiou” o Vale e ainda tem gente removendo os entulhos do incêndio assim como “comprando roupa nova” porque “saiu chamuscado”. “Em nome de Jesus” joga-se os problemas para baixo do tapete. A Salton está no vale há muitos anos, o investimento dela foi “barrado”, por absoluta falta de diálogo e pareceres técnicos confiáveis, substituídos que foram por uma audiência pública mal feita e mal conduzida. O Rio Pedrinho, que banha o Vale, tem índices de poluição inaceitáveis, quem se preocupa com isso? O que é centro comercial e o que é centro tradicional no VALE? Não se consegue mais separar e nem tampouco barrar. Com características turísticas de raiz temos Faria Lemos e o Caminhos de Pedra, assim como a Linha Eulália. São Pedro está sendo defendido “a ferro e a fogo”. De resto, palmas para Pinto Bandeira, Monte Belo e Santa Tereza que avançam sem perder a originalidade. GINGO BEL, GINGO BEL, para o GRANDE CENTRO DE COMPRAS VALE DOS VINHEDOS?

A COPA QUE EU VEJO

Após o almoço, me detive a dar uma espiada nos jogos da COPA. Na tela, SENEGAL X EQUADOR. Foram inúmeros os filmes que assisti sobre os africanos. E, lá estava, na TV, diante de mim, o SENEGAL, comecei a analisar o desempenho e observar os figurantes. O técnico, com cabelo rastafari, pulava pra cá, pra lá, como um chefe indígena. Na arquibancada, uma torcida organizada, com coreografia e pinturas de guerra. Dentro de campo os jogadores fortes, atléticos, bem preparados, com uma determinação específica: aqueles de amarelo (Equador) são os leões, vamos caçá-los, tirar a ZULUzinha (bola) deles a partir prá cima. Em campo, nem SENEGAL e nem EQUADOR portavam armas, granadas, fuzis, a única arma era a defesa da honra de seu país dentro de campo, que limitava ali a extensão territorial e o poder das nações disputantes. VIBREI com a vitória do SENEGAL mas sobretudo pelo que vi em campo, determinação, garra, lealdade, solidariedade, foco, a defesa de uma causa, o povo senegalês. No final uma homenagem ao ídolo morto, o jogador DIOP, o Neymar deles, com uma faixa: “UM VERDADEIRO LEÃO NUNCA MORRE”. A vitória do SENEGAL representou muito para o significado da COPA. Meu sentimento criou asas, quantos Leões tivemos em Bento, e de quantos estamos a procura para a defesa e construção do futuro de Bento? E, no Brasil, ainda estamos lutando, feito SENEGAL, na defesa dos LEÕES DO BEM. O SENEGAL é um dos países mais pobres do mundo, sua economia é, fundamentalmente, derivada do plantio do arroz e do amendoim. Seu PIB? 6,10, é maior que o do Brasil. Aquela força física dos senegaleses em campo era por causa do amendoim ou uma corrida maluca em busca da picanha, do Bolsa Família e Auxílio Brasil?