O caldeirão de Brasília

Não ser adepto, seguidor, correligionário, fanático político-partidário, petista, antipetista e, simplesmente, ignorar o que a dicotomia, o maniqueísmo que foi instalado no Brasil desde janeiro de 2003 e que recrudesceu brutalmente a partir de 2018, tem se mostrado bastante interessante atualmente. Apenas observar o que os dois lados, identificados nos petistas e antipetistas – cujo DNA é idêntico, ou seja, ambos destilam ódio recíproco – é, no mínimo, divertidíssimo. Bolsonaro e seus políticos apoiadores (?) transformaram Brasília, antes pacata, num verdadeiro caldeirão. E fervendo muito!

Para que oposição?

Pela forma com que o governo está sendo conduzido por Bolsonaro, seus filhos, ministros e parlamentares, até a possível oposição sumiu. Contrata-se e demite-se gente do alto escalão e lideranças parlamentares com uma rapidez fantástica. Ministros, assessores, filhos e parlamentares parecem propensos a criar o máximo possível de dificuldades ao Governo Bolsonaro. Por que, para que e até onde querem chegar é uma incógnita para todos os brasileiros, provavelmente. Será que deixarão Jair Messias Bolsonaro governar? Essa é a grande pergunta que o Brasil faz.

O que vem do Equador

Os protestos começaram depois que o governo decidiu acabar com o subsídio aos combustíveis, o que provocou uma greve dos motoristas e profissionais do transporte, com bloqueios das principais estradas. Logo vieram também as grandes manifestações estudantis e os protestos nas ruas de Quito, de diferentes setores de indignados, que produziram confrontos com as forças de segurança. Dezenas, talvez centenas de milhares de pessoas participaram dos atos. Ninguém, naqueles país, aceitou o forte aumento verificado.

E da França

Qualquer semelhança com o que aconteceu na França, com os “coletes amarelos”, terá sido mera coincidência. O que é líquido e certo é que, cada vez mais, o povo não está aceitando mais o que seus autoproclamados “representantes” faziam. Aliás, faziam e ainda fazem, a seu bel prazer, em muitos países do mundo. A diferença está na evolução dos meios de comunicação e nas redes sociais. Os tempos mudaram, a corrupção e a locupletação através dos abusivos impostos que pagamos não estão mais sendo toleradas. É uma questão de tempo. A “moda” vai pegar em todo o mundo. Quem viver, verá!

Riqueza a curto prazo

Claro que não dá para criticar os que querem ficar ricos ou ganhar muito dinheiro em curto prazo. O que se constata, dia após dia, é que o número deles é crescente. Alguns compram “bilhetes premiados”. Outros acreditam que, com a taxa Selic em 5,5% e com o mercado pagando taxas de “zero-vírgula-muita-coisa” aos aplicadores, é possível obter ganhos de 100% (cem por cento) em SEIS MESES. Mas, se isso é feito por pessoas sem muito esclarecimento no que se refere a esse mercado, até se entende. Porém, não é o que se vê. Pessoas tidas como “cultas” e “conhecedoras” embarcam nesse “conto da carochinha”. Pois é!

A bolha estourou I?

Ou será que ainda não? Inúmeras vezes abordei o assunto nesta coluna. A “farra das emancipações” campeava solta Brasil afora, mas era no Estado que mais me preocupava. Tínhamos metade dos municípios de hoje, mas políticos, com discursos mirabolantes, convenciam munícipes a aderirem. Eu insistia que a FORMA com que estavam levando a cabo as emancipações era INCONSTITUCIONAL. A Constituição determinava que, para emancipar, deveria haver “a manifestação das partes interessada” e eles, claro, entenderam que “as partes” eram quem queria e quem não queria a emancipação, no próprio distrito.

A bolha estourou II?

A população do “município-mãe”, que deveria ser uma “das partes interessadas”, por óbvio, jamais foi ouvida. Aliás, TODOS os municípios deveriam ser ouvidos sobre TODAS as emancipações, pois elas lhes retiram parte do Fundo de Participação dos Municípios, verbas estaduais e federais. Mas, eis que a informação recente é a de que 10% dos municípios não têm arrecadação própria nem para pagar seus vereadores. E centenas, quiçá milhares deles, dependem das verbas estaduais e federais para pagarem prefeitos, vereadores e funcionários. Pelo que se constata, a “bolha” estourou e todos se deram conta dos fantásticos problemas que foram criados.

Tem solução?

A Câmara da Itália aprovou a redução de 630 para 400 deputados e de 315 para 200 senadores. No Brasil, tramita no Senado a PEC 18/2019 que quer reduzir em 37% o número de deputados federais, estaduais e distritais. Outra PEC, a nº 12/2019 está pronta para ser votada na CCJ e pretende reduzir o número de senadores eleitos por estados de três para dois. Como se vê, tem solução. Mas, qual a probabilidade de ser concretizada? Eu respondo: ZERO!

Últimas

Primeira: Deputada Joice Hasselmann, demitida por Bolsonaro da liderança do governo na Câmara dos deputados, disse que “traição é modus operandi” desse governo;

Segunda: Já o filho do Papai, Carlos Bolsonaro, pede desculpas por publicar em rede social do pai mensagem. Deputado do PSL chama Bolsonaro de “vagabundo” …putz!

Terceira: E a “Globolixo”, “Recordlixo”, “Bandlixo”, RedeTVlixo”, “Folha de São Paulo-lixo”, enfim, a “imprensalixo” tiveram a “desfaçatez” de levar a público isso tudo e muito mais;

Quarta: Segue a “ronha” da reforma tributária. Claro que a reforma, como ela é necessária, NUNCA sairá do Congresso ou do Governo. A reforma que o Brasil e o povo precisam não interessa a prefeitos, governadores, deputados estaduais, federais, senadores e boa parte do funcionalismo. Resumo: Esqueçam!

Quinta: Há doze anos as micros e pequenas empresas estão sendo massacradas pelo famigerado e inconstitucional “IMPOSTO DE FRONTEIRA”. Estamos no quarto governo estadual e ele continua a existir. Pode isso, Arnaldo?

Sexta: De 28 de outubro a 8 de novembro o Sindilojas de Bento realizará o SUPER FEIRÃO ZERO DÍVIDA. Vinte empresas locais estão apoiando a iniciativa;

Sétima: É uma ótima oportunidade para quem tem dívidas em atraso poder “limpar” o nome. Os acordos entre credores e devedores possibilitarão isso, com todos sendo beneficiados;

Oitava: Entraremos na “semana da decisão”. O Gigante Flamengo enfrentará o Grêmio na disputa para chegar na final da Libertadores. O que pode ser mais importante? O Brasileirão?