Presidente da Associação Gaúcha de Supermercados (Agas) é comedido ao falar sobre impacto da pandemia provocada pelo coronavírus no setor que representa, no Rio Grande do Sul. Antônio Cesa Longo não cita números e diz que atividade se mantém por ser essencial às pessoas

Considerado como serviço essencial ao lado de outras atividades empresariais – como farmácias e postos de abastecimento de combustíveis, por exemplo – o ramo supermercadista resiste à crise econômica provocada pelo coronavírus, passou por um processo de readaptação atendendo às orientações das autoridades para evitar o contágio entre clientes, colaboradores e fornecedores e adotou novas estratégias na relação com o consumidor. Quem garante é o presidente da Associação Gaúcha de Supermercados (Agas), o empresário natural de Porto Alegre e cidadão bento-gonçalvense Antônio Cesa Longo.

Economista, com pós-graduação em Gestão Empresarial e Administração de Marketing, Longo se posiciona solidário “à crise dos outros setores” ao evitar comentários animados sobre a situação dos supermercados. Tanto que não fala em números ou índices que permitam fazer um comparativo com o período pré-pandemia ou com os mesmos primeiros seis meses do ano passado. “É um setor indispensável às pessoas, por isso continuamos abertos. As empresas do setor estão buscando valorizar o fornecedor local mais do que nunca, mantendo a roda da economia local girando tanto quanto possível”, diz, de forma comedida, o presidente da Agas.

As únicas pistas que Longo dá acerca da situação das empresas supermercadistas é quando diz que o setor não demitiu funcionários e que nesta época de coronavírus houve um “pequeno crescimento” nas vendas. Em seguida, emenda: “sobretudo em itens da cesta básica”. Se a tecnologia ajudou aos empresários do ramo a atravessar o tsunami financeiro que atingiu a maioria dos segmentos econômicos, o dirigente diz que sim, principalmente em atividades de “retaguarda e nas áreas administrativas. A linha de frente está trabalhando cuidando dos clientes e sendo cuidada por eles. É um setor de muito contato e proximidade, por isso são necessárias tantas adequações”, afirma.

Para o presidente da Agas, Antônio Cesa Longo, muitas inovações introduzidas no setor supermercadista para fazer frente à pandemia da Covid-19 vieram para ficar. É o que vem sendo chamado de “novo normal”, no país

Cartilha Agas

Com cerca de 4.800 lojas em todos os 497 municípios do Rio Grande do Sul, a Agas, desde o começo de março, procurou tranquilizar os consumidores garantindo que não haveria desabastecimento em um momento em que muitas famílias correram aos estabelecimentos para reforçar a despensa, prevendo uma rigorosa e prolongada quarentena e falta de gêneros básicos de alimentação, higiene e limpeza, especialmente estes. Chegou a editar e divulgar uma cartilha com orientações sobre práticas operacionais que “contribuam para a segurança sanitária dos estabelecimentos”.

Na cartilha constam recomendações sobre higienização, distanciamento social, controle e segurança para a continuidade das atividades. As medidas asseguraram tranquilidade e atendimento aos mais de quatro milhões de consumidores que diariamente procuram os supermercados gaúchos. “Estamos orgulhosos do empenho dos mais de 100 mil trabalhadores do setor, no estado, que estão na linha de frente garantindo o abastecimento das famílias”, diz o presidente.

Quanto às mudanças introduzidas nos estabelecimentos, Longo diz apenas que “são novos processos, muitos dos quais vieram para ficar. É o que está sendo chamado de ‘novo normal’ pelo setor empresarial do país”, afirmou. Em razão da pandemia, segundo ele, as famílias estão indo menos, em grupos, aos supermercados. Em compensação, o volume médio de vendas, por pessoa, aumentou a cada visita feita ao supermercado.