Ahhh..a paciência… Ela virou artigo de luxo. As pessoas não têm paciência para ensinar, para esperar, para amar. Não têm paciência de ficar solteiro nem de namorar. Se estão sozinhos reclamam da solidão, se estão com alguém reclamam que estão sendo sufocados.

Ter paciência virou arte e, por ser arte, tornou-se para poucos. Na verdade acredito que toda a evolução tem um custo e tudo o que temos e vemos hoje surgiu às custas de pessoas sem paciência moldando pessoas com paciência. Eu, por exemplo, posso dizer que a minha paciência se reduziu pela metade depois de conviver com certas pessoas e precisar vivenciar algumas situações. Ou eu me adapto ou sou devorada pelos predadores.

Mesmo tendo sofrido com a “seleção natural”, ainda sou uma pessoa com boa paciência e resiliente. Isso só até o meu limite dizer “oi”. Isso mesmo, você faz o que quiser de mim enquanto eu tiver paciência, depois disso, aconselho a se distanciar. Se eu tenho um ponto fraco no quesito paciência, é a espera. Sou uma pessoa meticulosamente pontual, salvo raras exceções por motivos muito pertinentes. Por ser assim, eu espero o mesmo das pessoas ou, no mínimo, uma consideração de um atraso aceitável, não me diga que está vindo se ainda está no banho. Provável que eu não vá fazer, mas vou querer matar se me deixar esperando.

Por outro lado, não me apresse. Se combinamos um horário, irei cumprir, com uns minutos de carência.

Com o tempo você vai se habituando ao atraso de algumas pessoas, então, se o combinado é às 17h, eu começo a me arrumar essa hora. Mas teoricamente isso não conta, porque eu estou é me enganando, não fazendo terapia para aceitar isso. Enfim, foi o jeito que encontrei de prorrogar o meu infarto.

Fora o que está errado, tudo certo! Relevo várias vezes, dou inúmeras chances. Talvez eu saiba o porquê disso: eu gosto de ter certeza das coisas que faço. Claro que, algumas vezes a gente nunca vai ter; ou vai ter somente mais adiante. Mas, no geral, antes de tomar qualquer decisão, testo tudo o que dá para entender que aquilo não é mais suficiente. Isso serve para trabalho, moradia, pessoas. Fico no emprego até entender que nada mais posso fazer por aquele lugar. Sou amiga das pessoas até ver claramente que elas não se importam.

Quem sabe eu ainda tenha tanta paciência porque sempre vejo os dois lados. Todas as vezes em que fui explosiva, impulsiva, me arrependi. Ou por ter magoado alguém, ou por ter escolhido mal as palavras. Depois que você as pronunciou, pode até pedir desculpas e pode ser que você não tenha pensado no que elas realmente significavam, mas a pessoas que as ouviu nunca vai acreditar em você.

Algumas pessoas acham que tem o direito de perder a paciência com qualquer um porque passaram por isso e aquilo. Ninguém tem o direito de te tratar mal. Não esqueça. E tenha paciência com essas pessoas também.