E ele mostrou. Foi no dia dez de abril, em rede mundial. Um gigante esganado que reside na longínqua galáxia M87, com uma bocarra de 40 bilhões de quilômetros de diâmetro, que come tudo o que encontra à sua volta, seja matéria ou luz: nebulosas, estrelas, sóis e tudo o que estiver flutuando no espaço sideral próximo à sua fome.

Einstein já sabia disso, mas há gente que só acredita vendo. Pois então, agora temos a imagem virtual, captada através dos radiotelescópios espalhados pelo Planeta, desse monstrengo chamado Buraco Negro.   

Ele foi descrito como uma espécie de “bola de futebol gigantesca” engolidora de astros e estrelas, que está a bilhões de anos-luz da bolinha de tênis em que vivemos. Mas com esse apetite voraz – é capaz de engolir um sol a cada dois dias – haja massa no Universo para saciar tamanha voracidade.

Felizmente o sol da nossa galáxia se encontra a uma distância razoável do buraco comilão, o que significa que nosso futuro próximo não corre riscos, ao menos vindos de fora. Já temos problemas suficientes por aqui mesmo.

Por outro lado, dizem os cientistas que o astro rei está envelhecendo e logo mais – daqui a cinco bilhões de anos – vai ficar sem combustível nuclear, sofrer um colapso e explodir. Se, por milagre, nosso Planeta sobreviver a essa hecatombe, não escapará do olho mágico do buraco negro, sempre atento às mudanças do Universo. De repente, ele aciona seu aspirador colossal que sugará a Terra, amassará e enviará ao centro do seu tubo digestivo. E tudo vai virar aquilo que sempre foi: energia.

Outra curiosidade é que o buraco negro também arrota e tem flatulência. Considerando esta sua característica, se num desses banquetes siderais, ele comer além da conta, poderá sofrer tamanha indigestão que só vai aliviar soltando gases. E se esses puns medonhos chegarem à Terra, seremos varridos pra baixo do tapete.

Então, enquanto nosso Planeta estiver fora da rota de colisão com essas massas compactas gravitacionais, vamos cuidar para que ele não morra prematuramente.  Afinal, ninguém sabe se a gente terá de voltar – e quantas vezes – para pagar a conta. Inclusive nossos débitos podem vir de vidas anteriores que, mesmo amortizados, sofrerão juros e correção monetária, que só serão passíveis de liquidação depois de muita aprendizagem. Haja vidas pela frente! E Planeta para podermos vivê-las.