Estudo iRS utiliza três variáveis: segurança e longevidade, educação e padrão de vida. Dados analisados são referentes a 2018

A última edição do Índice de Desenvolvimento Estadual-RS (iRS), divulgada na segunda quinzena do mês de outubro, pontua que o Rio Grande do Sul se manteve na sexta posição do ranking que mede a qualidade de vida nos Estados brasileiros. Os dados são considerados positivos, visto que depois de dois anos consecutivos de queda, os gaúchos conseguiram manter média superior à nacional, mas ainda insuficiente para retomar entre as cinco primeiras unidades da federação. O estudo aponta que houve melhoras em variáveis de segurança e longevidade, enquanto o desempenho em educação seguiu como motivo de preocupação.

O indicador foi criado no ano de 2014, tendo o mesmo referencial teórico do Índice de Desenvolvimento Humano (IDH), e aponta o desempenho dos estados e do Distrito Federal em três dimensões: padrão de vida, educação e, reunidas, segurança e longevidade. Cada um dos grupos é composto por três variáveis, e os dados apresentados são os mais recentes à disposição em bases públicas, neste caso, de dois anos atrás (2018).

De acordo com os dados obtidos na publicação, no campo da educação o estado perdeu duas colocações, caiu da 14ª para a 16ª posição. Nos quesitos longevidade e segurança, recuperou a quinta posição, por conta, principalmente, da redução da taxa de homicídios em 2018, uma das variáveis analisadas. Na terceira dimensão, que é o que tange ao padrão de vida, houve estabilidade, permanecendo no quinto lugar desse grupo, mesmo com queda na renda, outra variável contemplada pelo estudo.

De acordo com o coordenador da pesquisa e professor da Escola de Negócios, Ely José de Mattos, o resultado já era o esperado. “Em 2018, não havia indícios de retomada econômica consistente em curso. O país estava tentando sair da crise anterior, com aperto na renda. No Rio Grande do Sul, houve melhora nos números de segurança e longevidade. A educação continuou em situação desfavorável”, comenta o economista.

A variação do iRS ocorre entre zero e um, assim como a do Índice de Desenvolvimento Humano (IDH). Quanto maior o índice, melhor o desempenho. Em 2018, o indicador geral gaúcho subiu de 0,638 para 0,652, alta de 2,2%. A média brasileira teve elevação idêntica de 2,2% na comparação com o ano anterior.

Na parte de cima da tabela, o Distrito Federal lidera o ranking com a pontuação 0,773, na posição que ocupa desde o ano de 2015. Na sequência, São Paulo aparece na segunda colocação com 0,751. A terceira e quarta colocações, respectivamente, estão ocupadas pelos municípios vizinhos de Santa Catarina, com 0,726, e o Paraná, com 0,672. O Estado que ocupa a quinta colocação é Minas Gerais, com 0,655.

Nas últimas colocações do ranking, os Estados da região Nordeste e Norte ocupam as posições. O Sergipe ocupa a 27º posição, com a pontuação 0,313. O Pará, com 0,323, está em 26º e Roraima aparece na 25º colocação, com 0,349.

Características do estudo

De acordo com a nota técnica disponibilizada pelos precursores do estudo, são três as principais características que diferenciam a publicação, são elas: simplicidade, transparência e foco na vida das pessoas.

Na primeira característica, segundo a nota, trata-se de um índice de fácil compreensão, no qual as pessoas consigam entender do que ele aborda e o que o número está comunicando efetivamente. Em termos de transparência, utilizam os dados de fonte idônea, públicos, gratuitos e reproduzíveis. Além disso, toda a estratégica metodológica é clara e explícita – os cálculos são facilmente compreensíveis e reproduzíveis sem maiores esforços. No que tange à terceira característica, o foco na vida das pessoas, o conteúdo diz respeito ao referencial teórico do índice.