Empresário defende a união da comunidade no fortalecimento do município, para que este exerça sua liderança regional

Dentro dos festejos dos 50 anos de fundação, a Universidade de Caxias do Sul (UCS) homenageou, no mês de dezembro do ano passado, personalidades, entidades, empresas, associações e municípios que se destacaram e ainda se destacam em ações sociais que visam o desenvolvimento comunitário. Aos 70 anos, o empresário Ildoino Pauletto, diretor da Urbserra Empreendimentos Imobiliários de Bento Gonçalves foi uma das personalidades que recebeu a distinção, com a medalha Prefeito Hermes Webber, mérito comunitário pessoa física.

“Recebemos com muito carinho e entusiasmo essa homenagem, o reconhecimento da Universidade de Caxias do Sul (UCS) à comunidade de Bento Gonçalves, que tivemos a honra de representá-la, como mérito comunitário. Foi por uma trajetória, de muito trabalho, percorrida ao longo dos 26 anos de Regionalização e construída com muitas mãos. Presidimos a Fundação Educacional da Região dos vinhedos, trabalhamos com o Reitor da UCS, Rui Pauletti, e aqui de Bento com uma equipe forte e com visão de futuro. Quando fui comunicado que receberia a distinção por professores da FERVI, fiquei sensibilizado e logo falei com alguns dos parceiros, que junto estiveram nesses momentos decisivos ao ensino superior de Bento Gonçalves”, justifica Pauletto, a homenagem recebida da UCS.

Ele acrescenta ainda que, “a escassez na oferta de cursos, para atender a demanda, fazia com que, muitos alunos buscassem outras alternativas para estudar, em outras regiões e dessa forma perdíamos muitas potencialidades”. Pauletto lembra que, naquela oportunidade, foi criada uma comissão no Centro da Indústria e Comércio para verificar as possibilidades de implantação de novos cursos superiores. “O Professor Loreno Dal Sasso, juntamente com José Calos Koech se integraram ao trabalho. O CIC debateu exaustivamente esse assunto, chegando à conclusão que deveríamos ter a nossa Universidade ou buscar uma parceria com uma de abrangência regional e vocacionada para isso. Conversamos com o reitor Rui Pauletti e ele abraçou prontamente nosso desejo”. A partir disso, foram realizadas diversas reuniões em Brasília, no Conselho Federal de Educação, onde este deu todas as diretrizes da criação da regionalização da UCS e por ser politica do Conselho Federal de Educação expandir as Universidades existentes e não criar outras. “O relator na época, José Francisco Sanchotene Felice defendeu a regionalização e foi aprovada por unanimidade no Conselho com a criação dos CAMPI de Bento Gonçalves e Vacaria e a criação dos núcleos de Guaporé, Nova Prata e Veranópolis. Daquele momento em diante a UCS estava autorizada a abrir cursos nestes municípios. Tudo que investirmos em educação será traduzido em melhor qualidade de vida para toda uma comunidade”, salienta.

Trajetória marcante

Pauletto sempre foi um defensor das questões comunitárias e no fortalecimento das entidades de classe, participando ativamente como presidente em diversas delas, como o CIC, Sindilojas, CDL, Fervi, Rotary e Apae. Seu maior orgulho é estar ativo e participante. “Gosto de estar integrado e me orgulho de viver inserido nessa comunidade, que adotei e ela também me adotou com o título de Cidadão de Bento Gonçalves. A nossa doação é fundamental para que tenhamos uma sociedade mais justa e igualitária. Em todas as entidades que estive procurei o caminho da contribuição e da participação comunitária”, enfatiza.

Presidir a APAE foi motivo de muita alegria e satisfação e marcou muito a sua vida. “A comunidade e lideranças de uma forma geral deveriam visitar a entidade, ver o que está sendo feito, a dedicação dos professores e sentir a vibração positiva que ali se encontra”, convida.

Apesar de ativo e de toda a sua história, o empresário ainda quer mais. “Gostaria de acompanhar e lutar pelas grandes causas do município, como projeto político, buscando alternativas para candidatos a deputado Estadual e Federal. Temos muitas potencialidades, mas falta congregar e encontrar o melhor caminho. Nosso Município teve representação expressiva, tanto Estadual com Federal. Vejo que o prefeito teria todas as condições de liderar isso, e nós, como empresários, poderíamos estimular”, incentiva. Ele também destaca a necessidade de um grande projeto político para a sustentação
do município.

Outra questão que acredita ser uma das obras necessárias para o desenvolvimento da cidade, é a conclusão da BR-470. “O crescimento não acontece para o sul, mas sim para o norte. A conclusão é fundamental para a logística de distribuição e escoamento dos produtos produzidos aqui”, vislumbra.

Visão de futuro

“A área turística de Bento está dando passos gigantes e crescendo como poucos no Rio Grande do Sul. Temos um povo que começou a buscar esta cultura turística, com empresários fortes e competentes, que contam com o apoio do poder público e especialmente da iniciativa privada. É algo que não polui e que traz muita cultura”, projeta Pauletto em relação ao futuro de Bento Gonçalves. “Este setor vai se adequando, com novas formas de trabalhar e atrair turistas. Somos bons nisso”, completa. O setor industrial também é um destaque positivo na visão do empresário. “Nós temos vocação de empreendedorismo, haja vista a representação do setor moveleiro, dos mais significativos do Brasil, mas logisticamente mal colocado. Temos transporte rodoviário, não temos o ferroviário – o que considero um grande crime”, pontua.

Pauletto é de opinião que as novas lideranças e empresários que estão surgindo devem seguir com passos firmes em busca de seus ideais. “Nunca devem perder o entusiasmo. Mesmo vivendo em um país complicado, nossos empresários têm a grande missão de mudar este Brasil, de monitorar todos os setores com movimentos fortes para não cair em ciladas de pessoas irresponsáveis. Os empresários devem estar fora da máfia da corrupção, a cabeça deve estar voltada para o crescimento do país, mas tudo deve ser feito com dedicação e verificar com cautela as coisas que acontecem, visto que já temos muitos exemplos negativos”, compara.

Segundo ele, a renovação nas diretorias de entidades e no meio político é necessária, e a inclusão de pessoas jovens em todos os setores da sociedade é bem vinda. “A repetição de mandato em qualquer instituição é negativa, tanto em entidades como no meio político, pois se criam vícios muito fortes. A oxigenação é importante. Quando vejo jovens entrando em entidades fico muito feliz. É um grande indicador que as coisas estão melhorando. Temos que difundir isso, temos que ter a renovação para que as coisas possam melhorar cada vez mais”, finaliza.