Campanha com 24 horas de duração quer incentivar convívio familiar sem condenar o uso da internet

O Ministério da Mulher, da Família e dos Direitos Humanos (MMFDH) lança nesta semana um desafio para todos os brasileiros: um dia inteiro desconectado de celulares e outras tecnologias digitais. A data escolhida foi o dia 8 de dezembro, Dia Nacional da Família, a partir de meia-noite. É o chamado Detox Digital Brasil, iniciativa que faz parte de um dos programas da Pasta, chamado Reconecte.

O objetivo é fomentar a discussão sobre o uso imoderado das novas tecnologias digitais, prática que tem preocupado diversos especialistas das áreas de saúde, educação e segurança. A campanha será realizada principalmente nas redes sociais, já a partir deste domingo (1º), e se encerra às 23h de sábado, véspera do “Dia D”.

Vídeos explicativos, postagens educativas, dicas do que fazer em um dia sem tecnologia e até memes serão usados nas ações. Bares, por exemplo, poderão fixar nas mesas um display para que os frequentadores depositem os celulares desligados. O material estará disponível no sítio eletrônico da campanha, que é o detoxdigital.mdh.gov.br.

“A ideia é que cada um fique sem internet quantas horas conseguir e depois vá para a internet, ao final da campanha, contar para a gente como foi a experiência. É isso mesmo, não queremos condenar o uso da tecnologia ou afastá-la do nosso dia-a-dia, pois ela veio para ficar. É para que as pessoas reflitam o quanto o uso excessivo afeta a vida pessoal, o convívio familiar e, a partir daí, façam o uso consciente dos eletrônicos”, explica a ministra Damares Alves.

Dependência digital

Uma pesquisa realizada pelo Ibope em fevereiro deste ano apurou que 52% dos brasileiros não conseguem ficar um dia inteiro longe do aparelho. Outros 16% apontaram que o uso do smartphone atrapalha no âmbito profissional; 16% dos internautas relatam que o relacionamento com a família é afetado; 12% se distraem com o aparelho enquanto dirigem; 9% disseram que a saúde é afetada; 8% veem o ambiente escolar influenciado; e 6% apontam que o telefone celular prejudica a vida sexual.

Uma outra pesquisa, realizada pelo Centro Regional de Estudos para o Desenvolvimento da Sociedade da Informação (Cetic.br), apontou que no Brasil 88% das crianças de 9 a 17 anos acessam a internet todos os dias ou quase todos os dias. Ansiedade e depressão também estão na lista de possíveis doenças que podem ser agravadas pelo uso imoderado de tecnologias.

Objetivos do Programa

• Informar a respeito das novas práticas e das novas tendências virtuais do comportamento humano;
• Esclarecer a respeito do uso inadequado da tecnologia, assim como seus efeitos a curto, médio e longo prazo para a saúde mental;
• Informar sobre mecanismos de alerta, controle e regulação comportamental na família e sociedade;
• Abordar questões do apoio dos recursos tecnológicos em questões de educação e entretenimento saudável;
• Capacitar pais, professores, profissionais de saúde e a sociedade como um todo a respeito das melhores formar de utilização da tecnologia;
• Fomentar o uso dos recursos tecnológicos sob a ótica de uma responsabilidade social;
• Informar sobre os perigos da internet, apontando mecanismos de proteção de uso;
• Fomentar a tomada de consciência e uma melhor percepção da importância da família como o elemento gerador e protetor da saúde mental individual e social, através da regulação e da supervisão parental.

Fonte: Ministério da Mulher, da Família e dos Direitos Humanos
Foto: Reprodução