A jornalista Rosane de Oliveira, ZH, escreveu na sua coluna de ontem, um tópico que traduz fielmente o que eu penso sobre a Copa do Mundo, a ser realizada no Brasil – quer queiram alguns, quer não -, daqui a 99 dias. Eis o que Rosane escreveu:
“O que o Rio Grande do Sul e o Brasil ganharão se funcionar a torcida pelo fracasso da Copa? Nada, evidentemente, mas assim mesmo há um contingente expressivo de brasileiros torcendo para que as obras não fiquem prontas, os turistas não venham e a Seleção não passe da primeira fase. Por que, mesmo? Para poderem dizer que tinham razão, que não somos capazes de organizar um Mundial, que se jogou dinheiro fora, que o país se ajoelhou diante da Fifa. Daqui a cem dias, começa a Copa das divergências. Os adeptos do “não vai ter Copa” esquecem que os investimentos já foram feitos e que torcer contra não vai transformar estádios em hospitais ou em escolas. Ignoram que, se há uma forma de fazer esses investimentos se tornarem produtivos, é exatamente torcendo para que a Copa se realize, atraia turistas e gere receita de impostos. A época certa para impedir a realização da Copa já passou. Foi quando a Fifa aceitou a candidatura do Brasil. Agora, o melhor que se tem a fazer é trabalhar para que tudo dê certo e colher os dividendos.

A torcida anti-Copa faz lembrar o que ocorreu em Porto Alegre à época do Fórum Social Mundial. A banda contrária à realização do fórum reclamava do emprego de dinheiro público no aluguel de instalações na PUC, na montagem do acampamento da Juventude, no pagamento de passagens e estadia para palestrantes. Veio o Fórum, Porto Alegre viu sua rede hoteleira com 100% de ocupação e os restaurantes cheios numa época em que, tradicionalmente, esses estabelecimentos viviam às moscas. Os mesmos que vociferavam contra o fórum e classificavam os participantes como esquerdistas desocupados passaram a defender a reedição do encontro, de olho no dinheiro dos turistas – e isso que eram visitantes de orçamento modesto. Diferente é o perfil dos torcedores que viajam para assistir a uma Copa do Mundo. As obras de mobilidade são o grande legado da Copa. Boa parte delas não ficará pronta nos próximos cem dias, mas, pelo menos, estão em andamento. É o caso de viadutos, duplicações de avenidas e corredores de ônibus que ajudarão a dar fluidez ao trânsito nos próximos anos.”

Pois é, digo, então, que agora o momento é apelar para que as pessoas de maior esclarecimento, isentas de ranços político-partidários, que sabem avaliar bem as questões para que falem, convençam os radicais de que a Copa do Mundo é uma realidade irreversível e que trará, sim, coisas boas para o Brasil. Portanto, que venha a Copa do Mundo 2014 e que sejamos campeões. Hexacampeões!