A instabilidade econômica do Brasil e Estado reflete na bomba de gasolina e, consequentemente, no bolso do cidadão. É o que afirmam os especialistas do setor. Se em algumas cidades, as distribuidoras registram queda no valor, apresentando preço inferior a R$ 4, em Bento a realidade é outra.

Segundo dados do relatório da Agência Nacional do Petróleo, Gás e Biocombustíveis (ANP), da sexta-feira, 23, no qual 30 postos de combustíveis da cidade foram pesquisados, o valor mínimo encontrado foi de R$ 4,290 e o máximo de R$ 4,490. Em Caxias do Sul, outra cidade da Serra apontada nos balanços, foi encontrado o menor preço do Estado: R$ 3, 799- na cidade o maior valor é de R$4,850. Em Porto Alegre, essa distinção varia em até R$0,40, e registra R$4,199 (mais baixo) e R$ 4,599 (mais alto). De acordo com o documento, no portal de transparência da agência, o litro da gasolina na refinaria, na segunda-feira, 26, custava R$ 1,557, sem tributos e o preço médio do litro da gasolina no Rio Grande do Sul chega a R$ R$ 4,363.

Para o economista Mateus Frozza, o responsável pela alta e oscilações nos preços se dá pela carga tributária. “O preço dos combustíveis no Estado, em comparação aos demais, está relacionado à incidência de ICMS (Imposto Sobre Circulação De Mercadorias e Serviços).“ ressalta. Ele ainda esclarece, “aqui paga-se mais que em outros locais, como por exemplo, São Paulo. Aqui paga-se 17% e São Paulo 7%”- No estado de São Paulo, o litro da gasolina (valor médio), nesta segunda, 26, foi de R$ 4,009.

Quanto à variação de preços de uma cidade para outra, em uma mesma região, o economista aponta que além da diferença na taxa de impostos dos municípios, a concorrência é outro fator de destaque. “As cidades maiores se beneficiam com fator concorrência e concorrência baixa preço. Quem ganha é o consumidor que pode pesquisar pelo melhor preço e qualidade”, disse Frozza.

Mateus Frozza também alerta para uma possível elevação de preços em outros setores da economia. “O aumento do valor da gasolina, tem efeito cascata em todos os produtos. A alimentação é o primeiro (setor) que sente”.

Por fim, o economista, com base em estudos da situação do Rio Grande do Sul, é enfático: “para os próximos meses a tendência é de alta. Há um forte momento de instabilidade política, o que pode gerar ainda mais aumentos”, afirmou ele sobre novas elevações no preço da gasolina.