Campanha Nacional de Prevenção também visa evitar outras Infecções Sexualmente Transmissíveis. Conforme especialista, conscientização é um tema importante, pois é uma questão de saúde pública

Nesta quinta-feira, 1º de dezembro, é o Dia Mundial de Luta contra a AIDS e o HIV. A data dá início ao Dezembro Vermelho, mês que marca a Campanha Nacional de Prevenção contra Infecções Sexualmente Transmissíveis.

Conforme a coordenadora do Serviço de Atendimento Especializado e Centro de Testagem e Aconselhamento (SAE/CTA), a enfermeira Adriana Maria Cirolini, a conscientização sobre a AIDS é um tema importante, pois é uma questão de saúde pública. “Temos visto a despreocupação das pessoas, no geral, com o uso do preservativo, usando teorias e achando que isso [o vírus] está distante. ‘Julgam’ aparência de com quem se relacionam. É um assunto necessário, a fim que se compreenda que o HIV segue em nosso meio, independente de condição social, escolaridade e orientação sexual”, salienta.

Para Adriana, atualmente, as formas de prevenção foram ampliadas, atingindo um maior número de pessoas e situações. Atualmente, entretanto, não se fala tanto sobre a doença como há alguns anos, porém, a enfermeira aponta que é importante debater o assunto. “A pandemia ajudou afastar o tema de prevenção ao HIV e as outras infecções sexualmente transmissíveis (IST), como a sífilis”, lamenta.

No período pandêmico, foi reduzido consideravelmente o número de testes rápidos realizados na rede pública. “Mas desde metade de 2021, com o início da vacinação, retomamos às atividades extramuros, que são as ações nas ruas, e estamos atingindo números de testes mensais como eram realizados anteriormente, em 2019”, reitera.

Diferenças entre AIDS e HIV

De acordo com Adriana, quando se faz o diagnóstico e se está bem, sem infecções, chama-se portador do HIV, Pessoa que Vive com HIV (PVHIV). “Quando tem sintomas, alguma doença associada e o exame da contagem de linfócitos (TCD4) abaixo de 350 células/mm3, já é considerado AIDS”, aponta.

A enfermeira sublinha que, atualmente, a grande maioria dos casos são diagnosticados como portadores do vírus, apenas. “Isso garante a manutenção da saúde, pois logo após o diagnóstico e os exames iniciais, importantes neste momento, a pessoa inicia o tratamento com os antirretrovirais e assim vai permanecer, com sua saúde em dia”, garante.

Ela reforça que ‘saúde’ é um conjunto de situações que é, conforme a Organização Mundial de Saúde (OMS), ‘um estado de completo bem-estar físico, mental e social e não somente ausência de afecções e enfermidades’. “Direito social, inerente à condição de cidadania, que deve ser assegurado sem distinção de raça, de religião, ideologia política ou condição socioeconômica, a saúde é assim apresentada como um valor coletivo, um bem de todos”, menciona.

Melhores formas de prevenção

A coordenadora do SAE/CTA confirma que a melhor maneira de prevenir sempre foi e será o uso do preservativo. “Hoje trabalhamos com a prevenção combinada, que além da camisinha, também temos a oferta dos testes rápidos, tratamento adequado do diagnóstico das outras ISTs, entre outras”, assegura.

Segundo Adriana, o Ministério da Saúde define prevenção combinada como estratégia de intervenções, aplicadas no nível dos indivíduos, de suas relações e dos grupos sociais a que pertencem, mediante ações que leve em consideração as necessidades e especificidades e as formas de transmissão do vírus HIV. “Diante disso, temos as intervenções biomédicas, como a profilaxia pós exposição (PEP) e a pré-exposição (PREP). Ambas situações podem ser atendidas no serviço público e privado. A PEP deve iniciar até 72 horas após a exposição, com duração de 28 dias de tratamento. Já a PREP é uso contínuo, o usuário define o tempo de tratamento. Mas deverá ter rigor nas consultas médicas e exames anti-HIV”, revela.

A profissional também cita que conforme Nota técnica nº 05/2019 (MS), “evidências científicas corroboram a afirmação de que pessoas vivendo com HIV(PVHIV) em terapia antirretroviral (TARV) e com carga viral indetectável há, pelo menos, seis meses não transmitem o vírus HIV por via sexual”, esclarece.
Ainda conforme a nota, o termo ‘Indetectável = Intransmissível’ é consenso entre os cientistas e vem sendo amplamente utilizado por instituições de referência sobre o HIV do mundo. “O reconhecimento do I = I pode gerar impacto positivo nas relações das PVHIV, pois se contrapõe a conceitos passados de que todas as PVHIV são potenciais transmissoras do HIV por via sexual, o que está atrelado a estigmas e preconceito”.

Portanto, Adriana explica que o uso contínuo e correto dos antirretrovirais também é uma forma de prevenção e mostra o ganho de qualidade de vida. “Neste atual contexto, a melhora implica nas pessoas que superam seus traumas e estigmas em relação à infecção pelo HIV”, frisa.

Diagnóstico precoce

O diagnóstico precoce será, sempre, a busca da testagem, seja laboratorial ou através dos testes rápidos. Pois além do exame, na rede pública, tem-se o aconselhamento. Este é um momento para se abordar o que o sujeito está fazendo e se expondo frequentemente a fim de resgatar o autocuidado, podendo, também, oferecer outros métodos da prevenção combinada.

Atividades alusivas à data

A programação para enfatizar e divulgar a data já começou no município. “Dia 26 de novembro foi realizada a ação extramuros, com o ônibus, no centro da cidade, com a oferta dos testes rápidos. Já no dia 1º de dezembro, estaremos com horário estendido para testagem no CTA, junto ao Galassi, das 8h às 16h. Essa atividade é realizada em parceria com a UBS Zona Sul, que ofertará a coleta de citopatológicos. Reforçamos que os testes rápidos estão disponíveis em todas as Unidades de Saúde do município, incluindo no interior”, conclui.