Criar e imaginar formas e traçados faz alguns artesanatos se tornarem peças únicas. Muitos artesãos, com mãos ágeis e práticas, produzem objetos sofisticados, que se tornam decoração e embelezam diversos ambientes. Mas não é somente para decorar que estes elementos são utilizados. Muitos deles fazem parte do dia a dia de diversas pessoas, especialmente no interior dos municípios. No bairro Borgo, Eduardo Da Ré, de 80 anos, há quase 70 transforma o vime em cestos, berços e cadeiras. Além disso, produz balaios para serem levados aos parreirais para auxiliar na colheita da uva. Atualmente, por conta da idade avançada, o idoso produz os objetos em menor escala.

O aposentado iniciou a atividade ainda pequeno, escondido de seu falecido pai. “Ele não queria que eu gastasse o vime, que naquela época era um pouco escasso, pois para aprender, muitas vezes era necessário estragar as varas”, comenta.

O vime é um material oriundo de varas moles e flexíveis do vimeiro. Ele é usado desde os tempos primitivos e na antiguidade foi usado para a confecção de escudos que eram usados em batalhas por certos povos. Também esteve presente nos primeiros protótipos de balões e aviões, por seu baixo peso e resistência; nos balões, até em tempos atuais, é um dos materiais com os quais são confeccionados os cestos em que seguem os passageiros. Atualmente ele é usado para confecção de móveis e cestos de diversas formas. “Aprendi vendo ele fazer e desta forma comecei trançando escondido, até que ele verificou que eu fazia bem e me deixou dar continuidade ao trabalho que faço até hoje”, pontua.

O artesanato não é o ganha pão de seu Da Ré, mas ele afirma que é um passatempo. “Trabalhei por 33 anos na prefeitura, depois fiz outras coisas, mas gostava de produzir fora de hora. Desta forma conseguia um dinheiro a mais no final do mês, pois vendia muito em feiras”, destaca.

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