Uma equipe de corredores de Bento Gonçalves se prepara para um grande desafio em terras argentinas. Tratam-se de nove atletas que fazem parte da Bento Trail Runners, que irão participar da Patagônia Run, que tem largada dia 7 de abril. A competição de ultra-maratona é a única na América do Sul reconhecida pela Ultra Trail World Tour, que regulamenta as competições do gênero no mundo. Em 2017, as distâncias a serem percorridas vão de 10 a 145 quilômetros em terrenos de montanha, percorrendo trilhas com os Andes como plano de fundo.
A largada da prova ocorre na cidade de San Martin de Los Andes, às margens do Lago Lacar, e próximo à fronteira com o Chile. Entre os principais desafios a serem vencidos pelos atletas inscritos na competição estão as oscilações de temperatura, que podem variar entre -5ºC durante a madrugada e 15º ao longo do dia, a variação nos tipos de terrenos e a mudança de altitude, que tem pontos máximos a mais de 1,8 mil metros acima do nível do mar.
De acordo com um dos corredores da Bento Trail Runners, Sirlesio Carboni Jr., a preparação do grupo para uma prova desta dimensão começou há cerca de um ano. Segundo ele, o trabalho é realizado em duas frentes. A primeira envolve a busca pelos equipamentos obrigatórios, como lanternas, roupas e calçados, mantas térmicas, mochilas e kits de primeiros socorros.
Já a preparação física exige ainda mais intensidade. São cerca de quatro a seis meses de treinos realizados quatro a cinco vezes por semana, encarando distâncias e terrenos semelhantes aos que serão encontrados no local da prova. Nas últimas duas semanas, antes da viagem, o grupo diminuiu a intensidade e o volume dos trabalhos, para preservar o aspecto físico.
Para chegar até o local da prova, os competidores enfrentarão outra maratona. Eles deixam Bento Gonçalves no dia 4 de abril, e viajam até Buenos Aires. De lá, seguem para Bariloche, onde encaram mais 200 quilômetros de estrada até a região dos lagos argentinos, local de largada da corrida.
De acordo com ele, o principal objetivo do grupo é fazer com que todos terminem as suas provas. Segundo Carboni, como será a primeira vez que a equipe terá um desafio tão grande, em um terreno inóspito, o foco é a conclusão do percurso. “Todo mundo está feliz em participar, mas ao mesmo tempo todo mundo pretende chegar até o final. O principal é o desafio pessoal, para vencer os próprios limites, o que é recompensador”, destaca.
Leia mais na edição impressa do Jornal Semanário, deste sábado, 25 de março de 2017.