Pesquisadores da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) descobriram que a carga viral da variante do novo coronavírus encontrada no Amazonas e identificada como P.1 é mais transmissível do que outras cepas que circulam naquela região. A informação foi divulgada neste sábado, 27 e tem base em informações coletadas entre março do ano passado e janeiro deste ano. O documento é assinado por 29 especialistas.

Conforme a pesquisa, a pessoa infectada com a variante amazônica pode ter até 10 vezes mais vírus em seu organismo do que as contaminadas por outras cepas da doença. Pesquisadores acreditam que este seja o motivo que levou o estado do Amazonas aumentar o número de infectados em tão pouco tempo.

O estudo mostrou ainda que a carga viral desta modificação do vírus não varia entre homens idosos e adultos de outras idades. Também não há diferença na carga viral de homens e mulheres e por isso ela pode ser igualmente transmissível por qualquer pessoa acima de 18 anos. Em outras cepas da doença, homens idosos têm uma carga viral mais alta.

Conforme o pesquisador Felipe Naveca, integrante da equipe que coordenou o trabalho, por ser mais contagiosa, o aumento da quantidade de vírus no nariz e na garganta também amplia a possibilidade de transmissão. Apesar das novas informações, a pesquisa diz que ter uma maior carga viral é fator determinante para piorar a situação da covid-19 no paciente.