QUEREM MUDAR O PLANO

A LEI DO PLANO DIRETOR foi aprovada em 27.07.1918, lembram disso? Foram muitos estudos, profundos, intensivos, polêmicos, com debates e discussões sobre o que e como era proposto. Lembro que o Engº Cedanir Poletto, um estudioso no assunto como poucos ou, como ninguém, ter declarado que “me debrucei três anos, dia e noite sobre o tema, sobre as propostas e sobre os estudos, defendi minhas convicções mas, diante das colocações de que estava radicalizando, cedi, em benefício da cidade precisar de verticalização de sua expansão”.

A NOVA PROPOSTA

Três anos após o Projeto ser aprovado, nova proposta de mudança pelo COMPLAN (Conselho Municipal de Planejamento Urbano), com aprovação da maioria dos seus Membros mas tendo voto contrário da Associação dos Arquitetos e Engenheiros (AEARV) e da Faculdade de Arquitetura da UCS. No entanto, só agora, em 11.07.22, três anos após a aprovação de sua modificação via COMPLAN, a ideia tomou corpo, com a proposição, pelo Executivo ao Legislativo, da modificação proposta através da qual parte da zona residencial do Bairro Santo Antão passaria a ser Zona de Ocupação Intensiva, com o que seria permitido inclusive o surgimento de edifícios de 16 andares, isto nas ruas Humberto Giacomello até a Rua Alexandre Castelli.

O QUE VAI ACONTECER

O Projeto de modificação está na Câmara, o nome do Arquiteto Jaime Dall Agnese foi referenciado. Moradores do Bairro, através da Associação, presidida por Roberto Possamai; os Advogados Getúlio Abreu e Diego Buffon; o Defensor Público Rafael Carrard; a Arquiteta e Urbanista Josy Nascimento; a Bióloga Andréia Celso, estão encaminhando moção de contrariedade, sustentando que a decisão de tanto tempo está defasada gerando insegurança quanto a sua aplicação; que prédios de 16 andares geram densa ocupação e que a tendência mundial é evitar a verticalização das cidades em suas periferias verdes e que delimitem a zona urbana da rural; que geram problemas de poluição, infra-estrutura e saneamento; e, para a flora e a fauna, pois Santo Antão tem ampla vegetação em regeneração pertencente ao Bioma Mata Atlântica”. Observa-se no momento, lá em Santo Antão, como em vários bairros da cidade, a constante falta de água diante da ausência de investimentos por parte da CORSAN, diante da demanda de crescimento habitacional, esta observação é minha.

FOGUETE NAS MÃOS DA CÂMARA

Sob a sustentação do líder da situação, Vereador Zanella, de que “a venda de áreas verdes e/ou espaços públicos pela Municipalidade vai gerar empregos, renda e impostos”, e afirmação do Secretário Nuncio, da Gestão Integrada, de que “estas vendas irão isentar a Prefeitura da construção de calçadas, da limpeza do lixo dos terrenos, das roçadas”, a Câmara aprovou, pela maioria de votos, a venda de terrenos. Uma nova polêmica voltara para a Câmara, que é a apreciação do Projeto de Alteração do Plano Diretor proposto pelo Complan. Novos e profundos, intensos, polêmicos debates e discussões, certamente voltarão ao Legislativo, na defesa inclusive dos interesses de investidores, sem demérito, pois devemos olhar sempre a coisa pela ótica de que “ninguém é obrigado a vender seu imóvel para dar lugar a um edifício de 16 andares”, mas há interesses corporativos que “movem moinhos” assim como há interesses na defesa dos interesses públicos e comunitários.

PARA ONDE CAMINHAMOS

Não estamos seguindo a tendência mundial na defesa da flora, da fauna, do equilíbrio ecológico. Não estamos firmando parcerias públicas-privadas, a exemplo de Porto Alegre, Carlos Barbosa, Farroupilha, só para citar exemplos. Vendemos áreas verdes com argumentos não convincentes, propomos alteração do Plano Diretor com homologação do COMPLAN feita há três anos atrás sem novos estudos atualizados e apropriados, estamos tentando demonstrar que mutirões de limpeza pública são encargos e não atividades fim da gestão pública. Estamos tentando demonstrar que áreas verdes são encargos e não dádivas que devem ser alimentadas na defesa da qualidade de vida da população. Tem qualquer coisa errada nesse processo ou meu conceito e visão de gestão pública está defasado, não me cabendo julgar, porém me cabe analisar como cidadão. Por outro lado eu questiono: onde cabe, no BENTO+20, que busca planejar o nosso futuro, a venda de áreas verdes por parte do poder público? Esta semana estive em Porto Alegre, num grande Shopping, numa grande loja, a atendente, alegre e sorridente que me atendia dizia de sua satisfação em ter estado em Bento. “No Vale dos Vinhedos, no entanto, ao visitar uma vinícola, os mosquitos gostaram de mim a tal ponto de me provocar uma profunda e impactante alergia”. Pensei, com os meus botões: claro que tem mosquito, o Rio Pedrinho, que banha o Vale, está vergonhosamente poluído e se traduziu em “casa oficial dos mosquitos”. Quando o Pedrinho vai merecer um mutirão de limpeza? E quem vai fazê-lo? Deixem prá lá, a vida é bela, não é?

O MOBI CAXIAS

Reuniu todos os candidatos a cargos nas próximas eleições e que dizem respeito a região e apresentou um planejamento das necessidades regionais, inclusive as que também dizem respeito a Bento. Entre elas: fomento a elaboração de planos de turismo, incentivando a integração de alguns deles; melhorar as condições estruturais das estradas para impulsionar o turismo; abraçar novas tecnologias, para entender o comportamento dos visitantes; duplicação da rota do sol de Caxias a Terra de Areia; duplicação aos acessos ao aeroporto regional (ex Caxias); modernização da BR-116 até a divisa com SC; implantação da ligação ferroviária POA-SERRA; solução da escassez de água e esgoto, nos municípios com o problema agravado; construção da central de polícia de Bento; Sistema de Inteligência da Polícia – Brigada – Polícia Penal e demais forças de segurança. A intenção do plano do MOBI CAXIAS é “comprometer os governantes”.

CURTAS E PODEROSAS

• O Esportivo é campeão! Graças a competência de seus dirigentes. Desceu de forma silenciosa e resignada, voltou como um leão ao lugar de onde nunca deveria ter saído, mas não sem também ser penduricalho promocional. Agora é a sustentação do equilíbrio e da exemplar gestão imposta!

• Você sabe quem é a Berenice? É uma cadela que foi adotada pela polícia civil de Jardim, interior do Ceará e foi nomeada policial com carteirinha, fardamento e tudo mais. Não foi divulgado se “AU AU” significa “TEJE PRESO”!

Olhem aí a TOTI Cearence Berenice nomeada “Policial” de primeira entrância. Pela foto dá para ver que está fazendo “muita hora extra”

• O INTER abandonou a SUL-AMERICANA. O aquecimento da equipe adversária foi diferenciado; a postura em campo do MELGAR foi diferenciada; a preparação física e atlética do adversário era diferenciada; e o equilíbrio emocional na hora da cobrança dos pênaltis era diferenciado. Ao constatar isso tudo me lembrei da disputa do INTERDISTRITAL. Quando o Barracãocity contratou o SANDRO SOTILI a R$400,00 por jogo jogado, se ele errasse um pênalti seria “afogado no Rio Barracão”. Imaginem o que fariam no estádio “BARRACONÊS”, se o Taisson e o Edmilson, salários perto de um milhão mensal, errassem um pênalti. Rolariam suas cabeças na serraria do Bianchi. E ze fini! Que vergonha!

• Recentemente, lá na Sicilia, no vulcão Etna para quem eu olhei um dia e disse “tu não vai me ver ai não”, um sujeito escorregou e caiu dentro do vulcão em erupção. Sorte que caiu no primeiro andar de onde foi resgatado, “bronzeado na cor carvão”, com muita sorte. Na Islandia, turistas fizeram piquenique no lado da lava de um vulcão em erupção. O canadense Jessie Bull, de 23 anos, disse “nunca vi um vulcão ativo, meio assustador”, um dentista da Estônia disse “se você tiver uma chance na vida, vá ver um vulcão de perto”. Vai tu cara pálida!

• Eu era fã de JÔ SOARES. Com a sua partida, o humor, a inteligência jornalística, caíram no vazio. Vejam o conselho que ele deixou, entre inúmeros e outras valiosas obras: “FALE COM TODOS, DIVIRTA-SE COM MUITOS, CONFIE EM POUCOS E NÃO DEPENDA DE NINGUÉM”. Jô Soares. Que me dizem ostedes, usando uma linguagem MELGARIVIANA?

• A estudante austríaca Marlene Engelhorn, 30 anos, herdou uma herança de 21,9 bilhões e disse que como não trabalhou para tê-la não seria feliz com ela. Ela é descendente dos fundadores do grupo BASF, que tem receita de 78 bilhões de euros. Ela faz parte da organização “MILIONÁRIOS PELA HUMANIDADE”, organização que defende que os super ricos sejam taxados da mesma forma que os trabalhadores comuns. Ela afirmou que sua vó, que lhe deixou a fortuna, disse “faça o que quiser com ela”. E ela, pasmem, não fez e disse que não o fez por questão de justiça. Nesse caso o não fazer não foi fazer? Sei lá, se alguém quiser ser um milionário, aguarde, ela ainda não decidiu para onde vai enviar o dinheiro.