Com muitas grandes empresas sendo abertas na cidade, consumidor se beneficia na hora de realizar as compras

Recentemente, uma quantidade significativa de grandes empresas vindas de fora do município, e até mesmo do estado, estão abrindo as portas em Bento Gonçalves. Para uma cidade de 121.803 habitantes, com foco principalmente nos setores vitivinícola e moveleiro, a abertura dos empreendimentos demonstra que a Capital Nacional do Vinho está em franca expansão e que seus atrativos vão muito além do turismo.

Segundo o presidente do Sindicato do Comércio Varejista de Bento Gonçalves (Sindilojas-BG), Daniel Amadio, tais empresas planejam sua política de ampliação antes de tomar a decisão de uma localidade. “Estudos são realizados levando em consideração a população, situação econômica, geografia, poder de compra, além de outros fatores. Acredito que se for tomada a decisão de investir em nossa cidade, ela deve ser bem analisada com critérios, justamente para que o negócio não seja deficitário e possa ter sucesso”, afirma.

Para o consumidor, finalizar o dia mais tarde é uma questão positiva. “Quanto maior a concorrência, mais benefícios e vantagens serão ofertados. Para os empresários depende, se for uma concorrência direta pode acirrar a disputa pelo cliente e obrigar os já estabelecidos a buscarem novas alternativas”, explica.

O presidente da Câmara de Dirigentes Lojistas (CDL), Marcos Carbone, ressalta que Bento é uma cidade de médio porte e em processo de crescimento, pois é um movimento que favorece sua integração à microrregião. “Pessoas que residem em municípios menores, nas proximidades, vêm até a Capital do Vinho em busca de opções que não encontram nos locais onde moram. Esse contexto torna o município muito atrativo para receber os empreendimentos. Somado a isso, está o poder de compra da população, que faz da região um mercado relevante para os negócios. Quanto mais opções de compras o consumidor encontrar na cidade, mais negócios locais fará”, salienta.

Carbone sublinha, ainda, que esse comportamento contribui para o fortalecimento do comércio local. “Estimula as pessoas a fazer suas compras na cidade, uma vez que a oferta de estabelecimentos consegue atender à necessidade dos clientes. Para os consumidores, essa expansão gera melhores oportunidades de compra, ou seja, o consumidor consegue encontrar os itens que procura e, também, buscar as melhores condições para fazer seus negócios”, destaca.

Empresários acreditam no potencial de Bento

De acordo com o diretor da rede de supermercados Andreazza, Jaime Andreazza, Bento foi escolhida porque a equipe acredita na capacidade que a localidade tem de expandir ainda mais. Há alguns meses, um supermercado do grupo foi inaugurado no Centro da cidade. “Tem potencial de crescimento e acho que precisava de uma loja premium da nossa bandeira. A gente tinha apenas uma de bairro”, expõe.

A população bento-gonçalvense aderiu de forma positiva à nova opção de compras. “Sem dúvidas, Bento tem um povo que aceitou muito bem nossa marca, estamos muito contentes com a nova loja”, ressalta.
Há, ainda, a possibilidade de abertura de um Vantajão Atacado, também pertencente ao Grupo Andreazza. “A gente sempre tem Bento no radar, não estamos há nem um ano com essa bandeira. É um outro nicho de mercado, tem os supermercados de bairros, o top de linha e o atacado, que atende o pequeno comerciante, lancheria, restaurante, fruteira, minimercado e também a pessoa que quer comprar em mais quantidade”, conclui.

Pesquisa de mercado

O economista Adelgides Stefenon aponta que para qualquer negócio é importante fazer uma pesquisa de viabilidade, seja grande ou pequena. É dessa forma que os grandes empreendimentos verificam a possibilidade de sucesso dos novos estabelecimentos em Bento. “Se for um negócio novo, mais ainda a importância da análise de mercado e pesquisa”, sublinha.

As pesquisas, conforme Stefenon, devem ser estratégicas e envolver alguns assuntos específicos. “Potencial de mercado, concorrência, lucratividade esperada, disponibilidade de recursos humanos e de área para instalação, posicionamento dos concorrentes, logística, fornecedores, quantidade e perfil dos clientes, projeções futuras, tecnologia de internet e telefônica, acesso aos canais de distribuição, existência de facilitadores (bancos, universidades, centros tecnológicos), preços das áreas, salários médios, custo da implantação, possibilidade de ampliação, propensão à inovação, entre outros”, pontua.

Foto: Franciele Zanon