Serviços de Convivência e Fortalecimento de Vínculos é ligado ao Centro de Referência de Assistência Social. Trabalho tem caráter preventivo, com vista ao alcance de alternativas para o enfrentamento das vulnerabilidades sociais

A sede do Serviços de Convivência e Fortalecimento de Vínculos (SCFV) Balão Mágico, uma importante atividade para o município, que presta atendimento social e gratuito para 100 crianças e adolescentes, fica no bairro Aparecida, em Bento Gonçalves. Contudo, outras localidades da cidade também são acolhidas, como o Zatt, Ouro Verde, São Roque, Cembranel, São Vedelino e Borgo.

O público alvo, são pessoas entre seis e 17 anos, selecionadas pelo Centro de Referência de Assistência Social (CRAS) e pelo Centro de Referência Especializado de Assistência Social (CREAS), conforme explica a coordenadora geral, Graciele Nondillo. “Não temos autonomia para decidir quem vamos atender. É com uma avaliação, feita pela assistente social e psicólogo, que a família tem indicação para o serviço”, afirma.

Balão Mágico atende crianças de seis a 17 anos, selecionadas pelo Centro de Referência de Assistência Social

Dentre os critérios para a seleção, estão as crianças e adolescentes com deficiência; com vivência de violência; em situação de abuso ou exploração sexual; fora de escola por mais de dois meses ou em defasagem superior a dois anos; que vivenciam situações de fragilização de vínculos; residentes em territórios com ausência ou precariedade na oferta de serviços e oportunidades de convívio familiar e comunitário, entre outros.

O SCFV possui caráter preventivo, pautado no desenvolvimento de capacidades e potencialidades dos usuários, com vista ao alcance de alternativas para o enfrentamento das vulnerabilidades sociais. “Deve ser ofertado de modo a garantir as seguranças de acolhida e de convívio familiar e comunitário, além de estimular o desenvolvimento da autonomia dos usuários”, aponta.

São vários os objetivos do SCFV. Um deles é complementar o trabalho social com as famílias, prevenindo ocorrência de situações de risco social e fortalecer a convivência familiar e comunitária. Além de favorecer o desenvolvimento de atividades intergeracionais, propiciando trocas de experiências e vivências, fortalecendo o respeito, a solidariedade e os vínculos familiares e comunitários.

Na prática

Os usuários do Balão Mágico são divididos em grupos, de acordo com a idade e considerando também, especificidades dos ciclos de vida. “O trabalho realizado é organizado em percursos, de forma a estimular as trocas culturais e o compartilhamento de vivências”, salienta.

De acordo com Graciele, “desenvolver junto aos usuários o sentimento de pertença, de identidade e fortalecer os vínculos familiares, sempre sob a perspectiva de incentivar a socialização e a convivência familiar e comunitária”, também fazem parte da rotina.

Grupo de educadoras sociais do SCFV Balão Mágico

O trabalho é desenvolvido em três segmentos. O primeiro é baseado na convivência social. “As ações e atividades inspiradas nesse eixo devem estimular o convívio social e familiar, aspectos relacionados ao sentimento de pertença, à formação da identidade, à construção de processos de sociabilidade, aos laços sociais, às relações de cidadania, etc.”, aponta

O segundo ponto trabalhado é o direito de ser. “que estimula o exercício da infância e da adolescência, de forma que as atividades devam promover experiências que potencializem a vivência desses ciclos etários em toda pluralidade”, defende.

Já o terceiro ponto é a participação. “Tem como foco estimular, mediante a oferta de atividades planejadas, a participação dos usuários nos diversos espaços da vida pública, a começar pelo Serviço de Convivência e Fortalecimento de Vínculos, passando pela família, comunidade e escola, tendo em mente o desenvolvimento como sujeito de direitos e deveres”, pontua.

Trabalho remoto

Antes da pandemia do coronavírus, o trabalho acontecia no contra turno escolar, quatro vezes por semana. Nesse formato, 50 crianças e adolescentes iam na parte da manhã e as outras 50 de tarde.

Durante o período pandêmico, a equipe que desenvolve os trabalhos precisou se readaptar e migrar para o modo online, mas sempre mantendo o atendimento, com ações planejadas. “Temos contato semanal com nossas famílias, via telefone, WhatsApp ou vídeo chamada”, afirma.