Na metade do ano, a Câmara Municipal de Vereadores iniciou as conversações para definir o número de vereadores, baseada na desgraçada Emenda Constitucional nº 58, promulgada em 23 de setembro de 2009. Tínhamos ONZE vereadores o que, para a esmagadora maioria da população, era mais do que suficiente. Todavia, alguns presidentes de associações de bairros (teriam eles reunido os moradores para saber da opinião deles?), dirigentes partidários, alguns outros cidadãos pouco comprometidos com os interesses da comunidade e, até mesmo líderes de entidades (que também sempre tive a curiosidade em saber se tiveram reunião com os associados da entidade para saber sua opinião) aliaram-se a vereadores que queriam porque queriam AUMENTAR o número para DEZESSETE. Os vereadores até dá para entender, já que vislumbravam uma maior possibilidade de reeleição, mas, e os demais? “Interésses” particulares, talvez? Quando da audiência pública para exposição do assunto, ouvi vários pronunciamentos de pessoas que, provavelmente, são inteligentes. Algumas afirmaram que “precisávamos aumentar o número de vereadores para termos MAIS REPRESENTATIVIDADE”. Já outros afirmaram, categoricamente, que “AS DESPESAS DO MUNICÍPIO NÃO AUMENTARIAM”, algo que qualquer pessoa com insignificantes conhecimentos de matemática elementar (coisa assim como de jardim de infância, por exemplo) sabia ser uma excrescência. Muitas entidades agiram e manifestaram sua contrariedade. Abaixo assinados foram entregues na Câmara discordando do aumento do número de vereadores. Muitos e-mails de cidadãos foram enviados ao Legislativo. Tudo em vão. Eles venceram e passaram o número para DEZESSETE, a partir de janeiro de 2013. Logo a seguir, aumentaram os salários de R$ 5.782,38 para R$ 8.095,30. Pois bem, já na primeira reunião ordinária de 2013 (o período de férias foi reduzido e as sessões extras não são remuneradas, o que é ótimo), a conta total que nós, povo, devemos pagar, foi apresentada. VINTE E QUATRO novos cargos foram criados, a saber: SEIS chefes de gabinete; DOZE assessores de vereador; UM assessor de imprensa e CINCO assessores de comissões técnicas. Esses se somaram aos SETENTA E NOVE já existentes, perfazendo o número atual de CENTO E TRÊS funcionários na Câmara de Vereadores. Os gastos adicionais oriundos do aumento do número de vereadores chegam a R$ 138.343,38 mensais, R$ 1.798.463,94  anuais e R$ 7.183.855,76 nos quatro anos de mandato. Isso sem contar as despesas que virão sob outras rubricas. Como se pode constatar, tinham razão os defensores do aumento do número de vereadores: as despesas não aumentaram, foram CATAPULTADAS ao céu. Mas, segundo eles, “teremos mais representatividade”. Sinta-se “mais representado”, portanto, prezado leitor.