Operação de larga escala envolveu segurança e coordenação para a demolição controlada

A antiga sede da Secretaria de Segurança Pública (SSP) do Rio Grande do Sul, em Porto Alegre, pegou fogo em 14 de julho de 2021 e, desde então, estava inutilizada para quaisquer fins, pois o prédio foi interditado. Na última semana, o governo do Estado divulgou o plano de implosão do local, que entrou em prática neste domingo pela manhã, em 6 de março. Agora, restam somente escombros da antiga estrutura, que devem ser removidos e limpos em até 30 dias.

O incidente do ano passado não ocasionou somente na inutilização do prédio, mas no falecimentos dos bombeiros Deroci de Almeida Costa e Lúcio Ubirajara de Freitas Munhós. Esse causo, aliado a duas décadas de história do local, trouxeram um ambiente melancólico aos envolvidos na implosão, segundo o governo estadual. Diversos funcionários da empresa responsável, coordenados com o secretário de Segurança, Ranolfo Vieira, executaram o trabalho que utilizou 200 quilos de explosivos em segundos de derrubada das estruturas.

Segurança no entorno

Para executar a queda estratégica do prédio, os envolvidos precisaram se preocupar também com os arredores, já que a fumaça e escombros representam riscos reais a quem estivesse próximo o suficiente. Pensando nisso que a responsável utilizou um cercamento com grades próprias para o trabalho até o quarto andar da estrutura. Tudo para impedir que algo fosse arremessado para longe com a explosão.

Forças da Brigada Militar e da Defesa Civil Estadual derma início à mobilização de desocupação de imóveis no entorno às 7h do domingo. Toda zona foi evacuada, inclusive a rodoviária de Porto Alegre, que fica ao lado da antiga sede da SSP.

Os órgãos de segurança envolvidos faziam uso de sirenes como uma forma de coordenar as ações. A Polícia Rodoviária Federal (PRF) executou bloqueios no trânsito quando soou o primeiro alarme, às 8h. No toque da segunda sirene, próximo do horário de demolição, às 9h, definiu que ninguém mais poderia se aproximar, em hipótese alguma.

Foto: Itamar Aguiar / Palácio Piratini

Implosão e destroços

A sequência de explosões controladas aconteceram do primeiro ao quarto andar, a partir dos pilares centrais para os exteriores. Esse controle fez o movimento de queda ir em direção ao meio do prédio, local mais seguro. O intervalo da explosão da região central para outros pilares foi de 0,4 segundos. Assim que tudo começou a desabar, uma nuvem de poeira se formou e assentou pela região.

Já a partir desta segunda-feira, 7 de março, começou o trabalho de remoção das 20 mil toneladas de entulhos que restaram no terreno. Escavadeiras de 22 metros de comprimento, pesando 23 toneladas, serão usadas para carregar as caçambas de caminhões. A previsão é que toda área esteja limpa em até 30 dias.