Segundo alguns dados históricos, o cultivo de alguns produtos começaram na Palestina por volta de 9 mil anos Antes de Cristo. Já nas Américas, pesquisas mostram que no México por volta do ano 7 mil Antes de Cristo havia o cultivo de produtos como feijão e abóboras.

Hoje, todos nós sabemos da importância da terra e de seus frutos para continuação da humanidade. Num passado não muito distante, um pai de família criava seus filhos simplesmente com os frutos tirados de sua lida com a natureza. Eles plantavam o milho e dele fazia a farinha, “o fubá”, a canja e a polenta, e, ainda tratava outros animais onde tirava a carne, o leite e outros produtos para o seu sustento no dia a dia. E assim o fazia com vários produtos.

Com a chegada da tecnologia, surgimento das máquinas, a criação dos agrotóxicos e a possibilidade do agronegócio o setor agrícola tornou-se industrializado. Os pequenos agricultores não conseguiram se adequar a estas novidades e perderam espaço, tanto na produção quanto na venda dos produtos. Por isso, muitos deixaram de plantar para o seu sustento e de sua família e tornaram-se empregados dos grandes plantadores. Passaram a comprar o que antes produziam com fartura. Esse processo de transformação na agricultura trouxe para o agricultor a necessidade da moeda, para trocar por produtos para a sua subsistência.

Ele passou a dividir seu trabalho: sendo parte para a reduzida plantação e outra parte no trabalho como diarista em busca desta moeda. Nas últimas décadas, muitos agricultores deixaram suas pequenas propriedades e se instalaram nas cidades em busca de uma vida melhor. Isso acarretou o esvaziamento rural e o inchaço urbano. A falta de apoio ao agricultor tem causado outros problemas sociais. Sabemos também que antes seus frutos iam à mesa de todos e hoje eles estão nas prateleiras dos supermercados e já não chegam às mesas daqueles que não tem acesso à moeda, ou chegam em menor quantidade. Muitos que ainda resistem no campo, já não são mais agricultores e sim assalariados. Trabalham para os grandes proprietários, por um baixo salário, que, com ele, vão ao mercado comprar pouco do muito que produzem com seu trabalho.

Estamos em festa, com a colheita da uva e de variedade de frutas. Juntamos a eles, os que plantam com a esperança de colher, para um grito por justiça, para nunca perderem o direito de receber da MÃE TERRA o sustento para si e seus descendentes.
“O pequeno agricultor que dedica o cultivo da terra ao sustento da sua família é chamada Agricultura Familiar”.