Por onde chega o NATAL?

Esta pergunta, pode parecer um tanto estranha, entretanto, quando éramos crianças, tal questionamento não deixava qualquer espaço de tempo para, sequer, pensar em uma resposta, pois a espontaneidade sempre estava na ponta da língua.

Não há dúvida de que, vindos de uma família cristã, pais e especialmente avós esperavam ansiosos pela resposta correta, afinal, as mesmas mãos que balançavam o berço eram aquelas, pelo menos naquele tempo, que ensinavam a juntá-las para orar.

Contudo, a ansiedade pelo presente daqueles olhos brilhantes de alegria poderia apontar inocentemente para a chaminé e não para o presépio. Seguir-se-ia um olhar de reprovação e correção, mas, vamos lá, cá entre nós, ELE também é bambino, haverá divinamente de entender-nos, senão perdoar-nos…roguemos…
Mas hoje, adultos, qual seria a resposta?

Difícil?

Sim, deveras difícil e totalmente compreensível, pois há muitas realidades e experiências vivenciadas, por certo e infelizmente, algumas não tão natalinas. Soma-se a isso a diversidade de religiões, credos e seitas que surgem a cada dia prometendo a salvação às custas do vil metal. Nesse cenário, difícil ainda desvencilhar-se do redemoinho cotidiano, potencializado pelos avanços tecnológicos que criam desejos e necessidades, desperta-nos novas atenções, como se estivéssemos a descobrir um novo “fogo” a cada dia, assemelhando-se, imaginemos, ao olhar do homem primitivo a 7mil anos a.C diante da primeira chama a queimar seus dedos.

Porém, será que isso é algo restrito ao nosso tempo?

Talvez não fosse esse mesmo sentimento daqueles que nos precederam à sua época?

Tenho por mim que fatores externos, por óbvio, sempre existirão e haverão de competir cada vez mais a fim de capturar o melhor do íntimo do ser humano, dominando sua vida, suas atenções, seus desejos, suas crenças…e quanto não…cuidado, até mesmo a própria alma.

Entremeio a tudo isso, permita-me insistir: por onde chega o NATAL?

Depende…

Depende em especial de onde está o nosso coração, e, por favor, não entenda isso como um clichê ou chavão, pois de fato, quando não dermos mais a devida importância ao que nutrimos nessa válvula dos sentimentos, o que sobrará de nós seres humanos? A propósito, não se trata de nenhuma novidade, pois há centenas de anos faz eco as palavras ditas pelo filho adotivo de um simples carpinteiro no alto de uma montanha: “Porque onde está o teu tesouro, lá também está teu coração”.

Aliás, o que independe de qualquer coisa, acredite ou não, naquela noite, mais uma vez, a maior e mais intensa de todas as estrelas do universo irá brilhar, suas luzes atingirão os confins de toda a terra e indicarão o caminho.

Quanto à chegada do NATAL…uma dica apenas, abra a maior e melhor janela do seu eu interior para a estrela, no mínimo, uma fresta…deixe a LUZ entrar.

FELIZ NATAL e EXCELENTE ANO DE 2024!
Vamos em frente!