Luz, câmera, ação, claquete!

Se reconheceu essa velha expressão usada no set de filmagem e foste transportado aos tempos de criança brincando de imitação a artistas ou ainda fazendo teatro na escola… cuidado, isso pode revelar sua idade se ainda a tem por secreta.

Aliás, lembro que uma das grandes conquistas ao chegar à maioridade era marcada pela liberdade de poder ir ao cinema, à noite, sozinho, sem precisar fazer aquela cara de “mau” ao comprar o ingresso para disfarçar a idade ou engrossar ainda mais a voz passando pelo fiscal da bilheteria, nossa… quanta independência.

É fato, se a tecnologia nos trouxe tantas comodidades a ponto de criar um verbo próprio – zapear – para a ação de passar repetidamente os canais de televisão e filmes, por outro lado, com isso, praticamente extinguiu uma das fitas a serem cortadas na chegada da maioridade, a primeira vez que fui ao cinema… lembras?

E falando em cinema, embora não me considere um cinéfilo, em termos de preferência, estou mais para a arte que retrata a vida do que a vida que imita a arte, tendo especial inclinação para os filmes baseados em fatos reais.

A propósito, assisti recentemente ao filme “Som da Liberdade”, do diretor mexicano Alejandro Monteverde, cujo personagem principal é interpretado pelo ator Jim Caviezel, o mesmo que fez o papel de JESUS CRISTO no filme “A paixão de JESUS CRISTO”, tendo por diretor o igualmente famoso ator Mel Gibson.

Na expressão atual, “não darei spoiler”, contudo, o filme descortina mais que uma ferida, um grave e enorme tumor da humanidade contemporânea, câncer este que enoja, revolta e, não bastasse, escancara o fato de que a pedofilia, o mercado escravo de crianças e adolescentes, seja tratado vergonhosamente com tamanha insignificância pelas autoridades se comparado a terrível perversidade, inimaginável crueldade, covardia e bestial ação dos criminosos.

Entretanto, há de se dizer que o filme serve como um despertar à toda sociedade dos homens de bem, mas, PRIMEIRAMENTE, ao EXERCÍCIO FIRME da AUTORIDADE dos PAIS, especialmente aos incautos, aqueles pais que se rendem cegamente sem questionar às promessas de um sucesso avassalador dos filhos com tenra idade, “sonhos” vendidos ou até mesmo oferecidos gratuitamente por estranhos, sem qualquer referência, onde tudo é “show de bola”, onde tudo é possível e fácil, onde tudo ao final, pode virar nada!!!

Durante a exibição do filme, difícil não conter as lágrimas, seja como pai, mãe, irmão, irmã, avô, avó… ser humano, pois o sequestro aniquila o corpo e a alma do sequestrado e dos seus entes queridos, é viver a dor da morte diária de quem acredita-se estar vivo, cuja esperança morre a cada dia que passa.

No que se refere às críticas ao filme, pasmem, doentes ideológicos que vivem na órbita deste planeta ou num mundo de plástico, conseguiram enxergar um viés político e interpretaram o roteiro como sendo uma obra cinematográfica da extrema direita alarmista, ignorando debilmente o foco, ou seja, a real barbárie que é o crime de pedofilia e a necessidade de prioritário enfrentamento pelo Estado com todas as suas forças.

Se tratar o problema com a seriedade que merece, bem como tomar as medidas de segurança preventiva é ser alarmista, sejamos, pois, todos “alarmistas”, mas com responsabilidade. Ademais, este mundo carece de boas ações, portanto, de nada adianta julgar-se absolvido de não praticar o mal, se omitir é ser tolerante e vassalo do mesmo mal, é ser no mínimo insosso, morno…e tal atitude não é nada recomendável. (Apocalipse 3:15-16)

Pelo fato de vivermos num mundo extremamente tecnológico, onde diariamente somos atores não pagos, eis que filmados na própria casa, ruas, lojas, shoppings, empresas…não podemos nos enganar por essa falsa sensação de segurança, pois ela registra imagens, mas não inibe a ação de criminosos dessa espécie. Sim, é tão lindo e ao mesmo tempo bate um aperto no coração ver aquela carinha angelical de tenra idade rompendo uma das primeiras fitas do crescimento dizendo: “já sou grande, vou sozinho pra escola”. Que me perdoem as pessoas que pensam de forma contrária, até porque já diz o ditado que filhos não vem com manual; entretanto, enquanto pequenos, entendo que nenhuma distância é segura senão àquela que consigo pelas minhas pernas tê-los facilmente em meus braços.

Por fim, se me permitem um conselho, segurem firme a mão das crianças, os meus filhos reclamavam…isso até verem comigo o filme Som da Liberdade.

“Mas ai daquele que fizer mal a um destes pequeninos que crêem em mim, melhor lhe fôra que se lhe pendurasse ao pescoço uma pedra de moinho, e se submergisse na profundeza do mar. “ (Mateus 18:6)

Vamos em frente!