Já escrevi neste espaço que, em vez de termos 3 poderes, o Executivo, o Legislativo e o Judiciário, todas as nações tem 4 poderes. Este quarto poder é a mídia. Falo da grande mídia, da grande imprensa nacional e até regional.
Em países mais avançados ou industrializados, como os Estados Unidos, Alemanha, França, Inglaterra, Japão e outros, até mesmo pelas condições financeiras de grande parte da população, existem muitas opções de acesso à informação, quer televisiva, escrita, internet, radiofônica ou outra. Na televisão, por exemplo, são muitas as opções de canais “abertos” a todos e são muitíssimas as opções de canais “fechados”, acessados via pagamento e um grande número de pessoas assistem a estes canais fechados. Os jornais, rádios e revistas também são de várias frentes e opções.
Em países menos desenvolvidos como Brasil, Argentina, Uruguai e muitos outros que se encontram buscando melhorias nos padrões de vida, o acesso à informação não é tão pulverizado como nos mais avançados. Por aqui temos somente 4 grandes redes de televisão que possuem uma influência muito grande nos destinos do país pois detêm uma grande parcela da audiência nacional. Os Jornais possuem também grande participação e são bastante pulverizados.
As rádios também. Revistas de circulação nacional são poucas. A internet já é acessada por uma grande maioria.
Quando isto acontece, há um poder muito grande da imprensa sobre a opinião pública e que, quando se passa dos limites, se pode incorrer em grandes prejuízos. Pode-se, também, por outro lado, construir positivamente o futuro de todo um país. Bastaria querer.
O poder da grande mídia está diretamente relacionado ao seu alcance e ao foco de seu jornalismo.
No nosso país, parece-me que a grande imprensa está mais interessada em comunicar a destruição do que a construção. Um avião que caiu é manchete por 30 dias. Um evento sei lá onde vira manchete nacional logo. E fica por uma semana nos noticiários.
Muitas vezes, a mídia, na ânsia de sair na frente e noticiar, anuncia coisas e pessoas que nem tiveram a chance de dizer que nada tinham com a situação. Mas já está feito e anunciado. Alardeia-se aos “quatro cantos do mundo”, se o mundo tivesse cantos, e, depois, que se expliquem os acusados. A rapidez com que este processo ocorre é descomunal. No mesmo dia, quase no mesmo instante, TVs, rádios, jornais, blogs, internet anunciam o acontecido como se esta fosse verdade verdadeira. Basta alguém anunciar algo que muitos desavisados de plantão multiplicam a questão como se esta já fosse a verdade. Muitas vezes espelham a opinião de um lado só da questão e não se preocupam em analisar realmente os vários ângulos da mesma realidade. Fora os que não sabem de nada, nem se informam, mas opinam e, com isto, influenciam outras pessoas.
Quando do anúncio, grandes manchetes, grandes holofotes. Se a situação não era bem assim, bem, talvez não seja mais de interesse de ninguém e, quem sabe, nem se noticia. Afinal, já se passaram 2, 3 anos e o assunto não tem maior repercussão.
A opinião pública já tem o seu veredicto: culpado (a).
A grande mídia já puniu.
Se a justiça ou alguém, amanhã, absolver, pouco ou quase nada vai se falar.
Portanto, a mídia que pune não é a mesma que absolve. Procure se informar em várias fontes, não fique aprisionado a uma única fonte de informação. Leia mais, escute mais. Esteja sempre alerta e consciente do que está acontecendo ao seu redor. Participe mais e procure que sua voz seja escutada. Afinal, o amanhã é construído por todos nós, hoje.
Pense nisso e sucesso.