O Ministério da Saúde confirmou nesta terça-feira, 28, o primeiro caso suspeito de coronavírus no país e elevou o nível de atenção para Alerta de Perigo Iminente para a presença do vírus no país. De acordo com o ministro da Saúde, Luiz Henrique Mandetta, uma estudante de 22 anos que esteve na China está internada, em Belo Horizonte, em observação. 

“O que muda é o grau de vigilância nessa fase. Aumenta a nossa vigilância de portos e aeroportos, triagem de pacientes, o uso de determinado equipamentos de proteção, mas o nosso foco principal nessa fase é a vigilância”, disse Mandetta, em entrevista coletiva para falar sobre as medidas tomadas pelo governo para evitar a entrada do vírus no país.

“Nessa fase a gente tem um olhar com muito mais atenção para dentro do país, para identificar se o vírus está circulando em território nacional, e outro [olhar] muito presente em informações técnicas e científicas a respeito do comportamento do vírus”, disse Mandetta..

Suspeita de coronavírus

A estudante brasileira viajou para a cidade de Wuhan no período de 29 de agosto de 2019 a 24 de janeiro deste ano. Ela está em observação e, de acordo com o ministro, o estado dela é estável. Caso a infecção por coronavírus seja confirmada, o nível de alerta no país sobe para de Emergência de Saúde Pública Nacional, quando há a possibilidade de o vírus já estar em circulação no país.

“Ela está em isolamento e os 14 contatos mais próximos estão sendo acompanhados. O nome, por motivos óbvios não deve ser divulgado, por respeito a pessoa, seus familiares e sua privacidade,” disse o ministro.

Investigação

De acordo com dados apresentados na coletiva do comitê de operações de emergência do Ministério da Saúde, no período de 3 a 27 de janeiro foram analisados 7.063 rumores de pessoas com coronavírus, dos quais 127 rumores exigiram a verificação mais detalhada. Dessa verificação, 10 casos se enquadraram inicialmente na definição de caso suspeito. Desses, nove foram descartados e o único caso tratado como suspeito é o da paciente internada em Belo Horizonte.

O ministro informou ainda que, após a Organização Mundial de Saúde (OMS) ter aumentado o nível de alerta em relação ao cenário global do novo coronavírus para Alto, o governo vai passar a tratar como casos suspeitos os das pessoas que estiveram em toda a China, não apenas na província de Wuhan, nos últimos 14 dias e que apresentarem sintomas respiratórios suspeitos.

Vigilância Estadual reforça ações para o monitoramento do coronavírus

A Secretaria da Saúde (SES) está em alerta para o fato de que foi ampliada a área de transmissão do coronavírus. A partir desta terça-feira, 28, estão redobradas as atenções para pessoas que estiveram em qualquer região da China nos últimos 14 dias e que, no retorno ao Brasil, apresentem febre e algum outro sintoma respiratório (tosse ou dificuldade para respirar). Até então, esse recorte geográfico estava delimitado a duas províncias do país asiático. A nova orientação foi dada pelo Ministério da Saúde nesta terça-feira pela manhã e vale para os casos notificados a partir de então.

O controle sobre a entrada de pessoas por portos e aeroportos do país é de responsabilidade da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa). A SES, por intermédio do Centro Estadual de Vigilância em Saúde (Cevs), trabalha em conjunto com a agência para monitorar a entrada de pessoas vindas da China. Quem chegar do país asiático e apresentar os sintomas descritos (febre e dificuldade respiratória) deve procurar imediatamente uma unidade de saúde.

A orientação aos serviços de saúde é que esses pacientes sejam imediatamente isolados e tratados de acordo com a gravidade do quadro clínico. Para os casos suspeitos, é recomendado que o paciente use máscara cirúrgica logo no início e seja mantido em quarto privativo. Os profissionais têm que adotar medidas de precaução padrão. Casos graves devem ser encaminhados para um hospital de referência, e os leves, acompanhados pela atenção básica em saúde com a recomendação de isolamento domiciliar.

As investigações sobre transmissão do novo coronavírus ainda estão em andamento, mas já foi identificada a disseminação de pessoa para pessoa. O vírus pode ficar incubado por duas semanas, período em que os primeiros sintomas levam para aparecer desde a infecção. Ainda não está claro com que facilidade o vírus se espalha de pessoa para pessoa. Apesar disso, a transmissão costuma ocorrer pelo ar ou por contato pessoal com secreções contaminadas (como gotículas de saliva, espirro ou tosse).

Fonte: Agência Brasil e Governo do RS
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