Depois de soar negativamente junto à comunidade de Bento Gonçalves, pelo menos 15 vereadores já se manifestaram contrários a utilização da cota de 140 litros de combustível por mês para cada parlamentar. A resolução que dá a cada edil, o direito ao combustível, foi publicada no Diário Oficial do Município na terça-feira, 22. Segundo o documento, a quantia não é cumulativa, portanto, a utilização parcial da mesma não transfere o saldo acumulado para o mês subsequente.

Até o momento, os vereadores Gilmar Pessutto, Moisés Scussel, ambos do PSDB, Moacir Camerini (PDT), Agostinho Petroli, Idasir dos Santos e Elvio de Lima (MDB), Marcos Barbosa (PRB), Sidinei da Silva (PPS), Volnei Christofoli, Amarildo Lucatelli e Neri Mazzochin (Progressistas), Anderson Zanella (PSD), Paulo Roberto Cavalli “Paco” e Valdemir Antonio Marini (PTB) e Gustavo Sperotto (DEM), informaram que deverão abrir mão do benefício. Os parlamentares Rafael Pasqualotto (Progressistas) e Joselito Tonietto (PDT), não foram localizados por contato telefônico para darem sua opinião.

O presidente do Poder Legislativo, Rafael Pasqualotto, disse à reportagem do Semanário que a decisão partiu após estudos e discussões com órgãos que prestam assessoria para a Câmara. Ele informou ainda que outras possibilidades como a realização de concurso público para contratação de novos motoristas e a compra de novos veículos também foram cogitadas, porém, segundo o vereador, os custos seriam maiores. “Optamos, então, liberar esta quantia para os gabinetes de cada vereador. Caberá a ele se utilizará toda a verba ou não. Somente será pago o que o vereador utilizar durante o mês”, salienta.

Veja como cada vereador se posicionou, em relação à Resolução:

Elvio de Lima (MDB) – Não vai utilizar. “Não estava sabendo dessa resolução até então. Estou há dois anos como vereador e nunca utilizei recursos de diárias, veículos, entre outros. Não vai ser agora que irei utilizar. Mas vai da consciência de cada vereador”.

Idasir dos Santos (MDB) – Não vai utilizar. “Protocolei hoje (quarta-feira), informando que não utilizarei do benefício. Não concordo com a resolução. É uma afronta à comunidade de Bento”.

Marcos Barbosa (PRB) – Não vai utilizar. “Fiquei surpreso com essa resolução. Não estava sabendo. Eu não irei utilizar. Isso deveria ter sido construído em conjunto com os demais vereadores. Toda essa situação acaba desgastando a imagem do parlamentar”.

Sidinei da Silva (PPS) – Não vai utilizar. “Assinei o pedido, pois faço parte da Mesa Diretora, mas não irei utilizar o benefício. Cabe a cada vereador decidir se fará uso ou não. Eu estou consciente da minha decisão”.

Moisés Scussel (PSDB) – Não vai utilizar. “Posso desenvolver o meu trabalho de vereador sem a utilização dessa cota. Por isso abri mão. Cabe salientar ainda, que essa resolução não foi uma votação que passou por todos os vereadores. Portanto, não houve votação”.

Gilmar Pessutto (PSDB) – Não vai utilizar. “Não estava sabendo que essa resolução tinha entrado em vigor. Encaminhei o ofício ontem à tarde (terça-feira), abrindo mão de minha cota de combustível. Também poderia utilizar as diárias, mas tenho 10 anos de Casa e nunca usei R$ 1 do que estava disponível”.

Moacir Camerini (PDT) – Não vai utilizar. “Sou totalmente contra o recebimento destes valores, pelas dificuldades que nosso Município vem enfrentando e, principalmente, por que o salário atual é suficiente para a subsistência do Vereador”.

Agostinho Petroli (MDB) – Não vai utilizar.”Estou protocolando o documento informando que abro mão da cota. Acho que esse assunto deveria ter sido discutido antes com todos os vereadores para ver se haveria essa necessidade. Não estamos em uma época para gastar dessa forma. Faltam investimentos em estradas, saúde, educação, esgoto. Andamos muito pela cidade, mas com o que recebemos já está de bom tamanho”.

Valdemir Marini (PTB) – Não vai utilizar. “Decidi não utilizar o benefício. Fiquei sabendo sobre o assunto há pouco e resolvi me inteirar mais e optei por renunciar a cota”.

Volnei Christofoli (Progressistas) – Não vai utilizar. “Abri mão do benefício. Protocolei hoje (quarta-feira), ofício informando a minha decisão. Cabe do pensamento de cada vereador em utilizá-lo ou não”.

Gustavo Sperotto (DEM) – Não vai utilizar. “Já protocolei documento abrindo mão do benefício. Fui pego de surpresa com a resolução. Até estou vendo se esse valor não poderia ser repassado às entidades. Estou estudando sobre isso”.

Neri Mazzochin (Progressistas) – Não vai utilizar. “Visando a transparência na administração pública, é bom ficar claro a toda população que não era do meu conhecimento essa ajuda de custo de combustível e só fiquei sabendo frente aos acontecimentos nas redes sociais. Gostaria de enfatizar que sou a favor da redução dos gastos, não só o município, mas o estado e no país. Ainda, é importante salientar que tal resolução ainda está para análise, isto é, não foi repassada aos Vereadores da Casa. Por fim além de abrir mão do benefício supracitado, buscarei junto aos colegas vereadores uma resolução para diminuir custos no poder Legislativo municipal afim de suprimentos demandas da comunidade”.

Anderson Zanella (PSD) – Não vai utilizar. “Foi uma posição da mesa diretora”.

Paulo Roberto Cavalli “Paco” (PTB) – Não vai utilizar. “A decisão da Mesa Diretora foi pensada para reduzir custos. Afinal, se o vereador utilizar o veículo da Câmara, ele vai ter que chamar um motorista, pagar diária para ele, além do combustível. Com essa cota, o vereador poderia ir com seu carro e economizar essas despesas. Eu não irei utilizar, mas também não irei protocolar ofício informando a minha decisão. Há vereadores que estão fazendo demagogia sobre o assunto. Só espero que esses mesmos não sejam os primeiros a utilizarem do benefício no futuro”.

Amarildo Lucatelli (Progressistas) – Não vai utilizar. “Vou abrir mão da cota e estudo, caso a legislação permitir, de utilizar esse valor para repassar à entidades beneficentes do município. No entanto, jamais usaria esse dinheiro para benefício próprio”.

  • Última atualização da matéria: 10h05min, 24 de janeiro de 2019.

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