Acidente que causou a morte de caminhoneiro no distrito de Faria Lemos, na sexta-feira passada, reacendeu discussão na Câmara de Vereadores sobre a necessidade de serem implantadas medidas de segurança na estrada

Estrada da morte. Foi esse o título que a rodovia RS-431, que liga Bento Gonçalves a Cotiporã passando pelo distrito Faria Lemos, ganhou segunda-feira, 6, do vereador Moisés Scussel (Republicanos), que abriu o rol de manifestações em defesa da adoção de medidas de segurança no trecho conhecido pelo número elevado de acidentes de trânsito. Grande parte deles envolvendo caminhões e causando a morte de motoristas. A última, sexta passada, em Linha Alcântara, provocou o óbito do caminhoneiro Cleiton Ferreira dos Santos, de 31 anos.

Ele chegou a dizer que em todas as semanas acontecem acidentes naquele trecho, um declive acentuado e longo, que provoca desgastes nos freios dos veículos e aumenta a possibilidade de acidentes, principalmente com caminhões e mais ainda quando eles estão carregados. “As autoridades dos municípios, do governo do estado, os políticos todos devem olhar para essa região que tem essa ‘estrada da morte’. Alguma coisa tem que ser feita urgentemente, não dá mais para esperar”, disse Scussel, em tom de indignação.

A insegurança na RS-431 foi o principal assunto entre os vereadores na sessão de segunda-feira da Câmara de Vereadores. “É preciso novamente unir forças e buscar recursos e medidas para resolver o problema, ou pelo menos tentar resolver”, discursou Paulo Roberto Cavalli, o Paco (PTB). Ele lembrou que no ano de 2017 todos os vereadores da Câmara de Bento assinaram um requerimento que foi encaminhado ao Departamento Autônomo de Estradas de Rodagem (Daer) pedindo que fosse adotadas medidas de segurança naquele trecho da rodovia.

Acidente de sexta-feira passada: caminhão carregado com vinho saiu da estrada, capotou várias vezes e causou a morte do motorista. Foto: Redes Sociais

Segundo Paco, umas das providências poderia ser a obrigatoriedade de os caminhoneiros fazerem uma parada obrigatória no posto de combustíveis de Fatias Lemos, antes de iniciar a descida até o Rio das Antas. “Uma pessoa do Daer ou do município poderia fiscalizar esta parada e orientar os motoristas, até porque a maioria dos acidentes é com caminhoneiros que são de outros estados. Além de alertar para o risco, seria um tempo para que os freios esfriassem, reduzindo a possibilidade de acidente”, disse o vereador.

Outro parlamentar, Volnei Christofoli (Progressistas) lembrou que em março aconteceram dois acidentes fatais na região, e que uma comitiva representando Bento Gonçalves esteve no governo do estado na tentativa de resolver o problema da insegurança no trecho. “A direção do Daer se comprometeu em buscar uma solução mas até hoje nada foi apresentado”, acusou. Christofoli lembrou que o prefeito Guilherme Pasin, de Bento, até se prontificou a investir recursos do município caso a solução apresentada pelo Daer fosse alguma obra, sem que isso representasse custos para os cofres estaduais.

Já o vereador Amarildo Lucatelli (Progressistas) contou que no ano passado, quando ocupava o cargo de secretário municipal de Mobilidade Urbana, foi procurado por moradores da região e proprietários de empresas de transportes que reivindicaram mais segurança para a estrada. “Fizemos um projeto que foi entregue no Daer com a palavra do prefeito que manifestou disposição de investir, mas até hoje não houve nenhuma manifestação do Daer”, afirmou. E disse que nesta segunda, 6, foi solicitada nova audiência junto a autarquia estadual pelo secretário de governo da Prefeitura, Carlos Quadros. “Esperamos que desta vez seja possível encaminhar uma solução para o problema que é a falta de segurança para quem passa pela estrada”, afirmou o vereador.